sexta-feira, junho 02, 2006

É samba de preto velho, samba de preto tu

Não adianta reclamar, o samba é a cara do Brasil e quando nele se encaixa a mistura de outros ritmos e repertórios, tudo fica mais gingado, mais gostoso, com aquele rebolado que só as notas redondinhas de uma bateria como a nossa pode ter.
Foi isso que aconteceu em Timeless, o disco todo modernoso do pianista Sérgio Mendes. Este disco inaugura o selo criado por will.i.am, líder do Black Eyed Peas, que também produziu o álbum do cara, um trabalho majestoso no quesito produção e evolução. A comissão de frente abre o cd com um hit pra lá de garantido: “Mas que nada” de autoria de Jorge Ben Jor, que de tão hit que é, já virou trilha de programa de TV, novela e comercial. No total, são quinze faixas apresentando a união do hip hop com samba, bossa, jazz e R&B, atualizando antigas canções.
Se me perguntam se o namoro do rap com o samba dá enredo, todos sabem da minha resposta positiva, afirmativa e operante: quem é que com a procura da batida perfeita rimou em cima da malandragem carioca de Bezerra da Silva e Zeca Pagodinho???? Oui, mouseir D2, e é exatamente ele quem é o convidado brasileiro a repaginar “Samba da Benção” de Baden Powell nesse álbum.
Além de Marcelo D2, o disco é repleto, cheinho, ou melhor tomado de músicos bacanas do rap e R&B gringo, entres eles estão: Steve Wonder, Black Thought do The Roots, Chali 2na do Jurassic 5, Justin Timberlake (ainda vivo?!), Pharoahe Monch, John Legend (mui respeitado aqui no wonderpree.blogspot) e ainda por cima temos sons com as divinas: Erycah Badu, Jill Scott e India Aire. Só por elas, o disco já vale a pena. O pianista apresentou novas versões para sucessos que fez nos anos 60 com seu grupo Brasil 66, mas em roupagem totalmente nova. Moral na evolução e muita harmonia nas mixagens e colagens do álbum, isso faz a diferença quando alguém ousa sair da mesmice e inovar em outras praias. Que seja em Copa ou Ipanema, o samba – mesmo que misturado – é cheio de esquema.
A trilha é perfeita pra fazer o “aqueces” com os amigos para a Copa do Mundo, seja em casa, no carro, ou no telão dos botecos da boêmia, mas eu sugiro mesmo, que seja apreciada bem na hora da Voz do Brasil, ou quando você tá mortinho de sono na madruga deixando os amigos em casa depois da festa...afinal, o som e a batida do rap com o samba, fazem qualquer um ficar acordado e com o pé beeem inquieto. Mas é claro, que tudo só tem graça porque ouvimos as cuícas, os pandeiros e tambores, afinal só botaremos o bebop no nossa samba quando o Tio Sam pegar no...

5 comentários:

Anônimo disse...

Pree, meus respeitos a vocimicê. Porra, tu sabes dissecar uma produção como ninguém, parabéns. JB

Anônimo disse...

Meus amores, Ci e Brito no mesmo box de posts!
Saudades dos dois e cês sabem que resenham novidades musicais é comigo, adooooro descobrir coisas novas.
Aproveitando a presença virtual dos dois, vamos almoçar nessa week?!
bjux

Juliana Antoniolli disse...

Maninha! Comment atrasado, mas o que ouvi deste disco é SENSACIONAL, Sérgio Mendes é o cara! Beijocas

Anônimo disse...

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Anônimo disse...

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