quinta-feira, maio 30, 2013

Fidel

Enquanto meu sangue ferver a reação química explica tudo. Não suporto migalhas. Sempre quero mais do que vem nos poemas, nas barras de chocolate, nos livros que alguns julgam tão complicados. Ele anda sempre com a mesma vitrola velha. Com os discos chatos e nada inovadores. Parei na frente da escultura televisionada. Vi e o pior - ouvi - ignorâncias ainda maiores frente a beleza da arte. Ah, o que nos salva vai muito além da sobrevivência fisiológica. Cortaria uma orelha. Alheia. Para não ouvir tanta besteira. Fizeste bem meu velho Vincent. Arrancaria com uma fome/fúria à lá Lecter alguns olhos e daria para os gatos comerem. Não me resigno. Canso do movimento diário. Do passado tão cheio. Do presente vazio. Mas me encanta o silêncio. A quietude de uma pessoa. A sala cheia de amor, mas sempre tão tranquila. Subo e desço escadas. O exercício já dura 3 décadas. Não canso. Aliás penso em mais degraus... Ainda tem essa merda toda rolando e o mapa mais lindo da América segue perdido. Caixas roxas. Falta paciência. Penso em Fidel. Dias de sol. O velho desejo desenhando-se na minha frente como uma noite quente no Caribe. Mulata. 

segunda-feira, maio 27, 2013

sexta-feira, maio 24, 2013

sexta-feira, maio 17, 2013

Na paleta!

Perdão é para as divindades. "Trairagem", mal-agradecimento e trouxice se marca é na paleta...

quinta-feira, maio 16, 2013

Burning fever of my blood

"Often do I strive to allay the burning fever of my blood, and you have never witnessed anything so unsteady, so uncertain, as my heart. But need I confess this to you, my dear friend, who have so often endured the anguish os witnessing my sudden transitions from sorrow to immoderate joy, and from sweet melancholy to violent passions? I treat my poor heart like a sick child, and gratify its every fancy. Do not mention this again: there are people who would censure me for it".

Mr Goethe in Werther.

terça-feira, maio 14, 2013

Angelina, tu é foda!

 
"Eu posso dizer aos meu filhos que eles não precisam ter medo de me perder por causa do câncer de mama."

Sem mais para o momento.

segunda-feira, maio 13, 2013

domingo, maio 12, 2013

Me equilibrando na corda bamba da saudade para não cair

Ela me ensinou a ser forte, curiosa e independente. Vai ver por isso ela tenha ido embora tão cedo. Para testar na prática o que me ensinou. Suportei no osso a derrota da vida frente a uma doença terminal. E vivo me equilibrando na corda bamba da saudade para não cair. Sou forte. Vi e vivi nas ruas as histórias mais tristes e bonitas que podiam ser contadas. Sou curiosa. Me viro e pago a minha vida tanto outdoor quando no melhor indoor do mundo...a minha casa linda, cheia de quadros e uma cama magnética. Sou independente. Foram só 26 anos. Lado a lado. Numa convivência com todos os traquejos de uma família normal...brigas, amor, afeto, revolta. 
Teimosa. Leal. Vaidosa. Amorosa. Tempestuosa. Fiel. Sociável. Bonita. Boa de briga. Minha Mãe.
Ela sempre aparentou ser mais nova do que a idade da certidão apontava. Não tinha rugas. Coisa de família. Todos os parentes com esse DNA de Bagé vieram abençoados com o gene do formol. Era só uma linha de expressão na testa. Marca da mulher sisuda que aos 60 parecia ter 50. Mas não era isso que me fazia ficar encantada por ela. Não. Era o jeito de prender o cabelo. Aquele rabo de cavalo que mantinha os fios em perfeição sem o uso de qualquer gel. Era o batom vermelho. Vermelho paixão e mais nada de maquiagem. Para ela lábios pintados já bastavam. A vaidade até para dormir. Lembro das camisolas, pijamas jamais, não são nada femininos, ela dizia. As pérolas em dias de festa. O cuidado com a pele. Ela passava horas se besuntando de cremes. Os anéis de prata e ouro. Lindos em dedos finos. De quem era bailarina mas poderia muito bem tocar piano. A palma da mão mais lisinha e macia que já toquei. Dava prazer tocar nas mãos dela. Eram suaves, delicadas. E ela tinha ainda aquele perfume. Um perfume de pele. Um aroma próprio. Doce, achocolatado. Quando ela saia do prédio, todos sabiam que ela havia passado pelo corredor. Ela tinha esse cheiro só dela. Não era um simples cheirinho de mãe. Não era um perfume importado.Mas era algo que ela trazia. Era o cheiro do amor. Daqueles que elas chamam incondicional. 
E que hoje, no quarto dia das mães sem ela, faz uma falta tremenda. 
Respiro. Inspiro. E o que me resta é lembrar. 

quarta-feira, maio 08, 2013

Azealia é demais



I could be the right girl
Tell me if you like your lady in my color
Can I be your type? Yeah
I could be the rright girl
Tell me if you like your lady in my color
Can I be your type? Yeah

terça-feira, maio 07, 2013

segunda-feira, maio 06, 2013

Pra se ter um bom dia...


Se viesse acompanhado de um única flor já bastaria.
Pão. Iogurte. Manteiga. Salame e queijo. Simples assim um café da manhã na cama alegra qualquer pessoa. É o que chamo de mimo impagável. Isso porque o café na cama só tem graça quando é elaborado (veja bem não usei a palavra feito, pq fazer já é pedir demais pra muita gente), mas quando ele é elaborado e entregue por alguém que gostamos.
Eu não acharia a mínima graça em receber um café na cama de um garçom ou da empregada. Não. Café na cama bom, tem sentimento. Tem amor. Coisa de família ou de paixão. Sabor que vem do coração.

sábado, maio 04, 2013

Os 40 e a dor

Ela chegou na calada da noite. Não. Minto. Era madrugada. Silenciosa. Quieta. Fui ao banheiro e ao retornar para a cama, pela primeira vez na vida meu corpo não respondia aos meus pensamentos. Um tremor incontrolável tomou conta de mim. Frio. Calafrios. Coloquei meias. Um pijama de inverno e deitei. Mas não consegui dormir. 3 e meia da manhã. Extremidades congeladas. Corpo fervendo. De repente meus dentes rangiam sem parar. Eu buscava a calma para deixar a mandíbula sob controle. Mas foi em vão. Foi ai que percebi: tô ferrada. Peguei o termômetro. Coloquei debaixo do braço. O corpo tremia como uma britadeira. Era um terremoto interno. De dentro pra fora. Incontrolável. Tirei o termômetro, não acreditei na marcação do mercúrio. 
40. Assim, redondinho. 40 de febre. Mil coisas passaram pela minha cabeça. Imediatamente peguei um paracetamol, engoli com água. Nem cogitei pegar o telefone. Tic. Desliguei o abajur. Mas foi impossível dormir. O corpo não era mais meu. Ele lutava contra algo que o invadiu violentamente. Meus dentes poderiam se quebrar. Mordi o travesseiro. Mas o ranger não parava. Virei para os lados. Fiquei de bruços. Barriga pra cima. Nada. Delírios. Fiquei assustada. A situação se estendeu por mais de uma hora até eu conseguir dormir.  
Seis e meia. Suor senegalês. Lençóis molhados. Febre sanada. Mas ao sair da cama o que parecia ser uma dor na coluna se transformou na pior dor que eu já senti na vida. Uma fisgada contínua. Uma espécie de paulada no lado direito do corpo, próximo a lombar.  Náuseas. Dor forte. Mais febre. Emergência. Regurgitei a bile. 
Depois de ecografia, exame de sangue, urina e medicação na veia fui diagnosticada com uma infecção renal. Susto. Meu pai histérico no telefone. 
Medicação por dez dias. Dores ainda leves. Repouso total.
Mas ao ficar doente e estar em casa, deitada solitariamente, me lembrei que nesse mesmo sábado, se ela estivesse viva cuidaria de mim. Com todo zelo, amor e cuidado. Ela vinha com suas mãos longas, de dedos finos e pele lisa como a seda me fazer um carinho na cabeça. Colocaria suas infusões na minha testa, faria a febre diminuir. Me traria almoço, janta, café, tudo na cama. Cozinharia pequenas porções sem sal mas com muito amor. Teria ouvidos atentos. Acordaria a qualquer gemido de dor. Mas ela não estava. O que resta são as lembranças e o amor que ainda nutro por ela neste coração. Coração que sabe que mesmo doente, parabenizaria e festejaria com ela seus 72 anos. Mas na ausência dela, minha mãe, vieram as maiores demonstrações de cuidados e carinho. E (re)descobri que quem tem amor e tem amigos, tem tudo! 
Ligações, mensagens, Whatsapp, tudo me animou. É quando a gente tá mais fraco que percebe que pode ser forte. E sem esse carinho tão especial de tanta gente eu não sei se só os antibióticos, analgésicos e antitérmicos adiantariam.

Obrigada, todo meu amor para vocês: Simone, Tuca, Gabriel, Taline, Cibele Carneiro, Matheus Bonez, Carol Zogbi, Luciana Mismas, Lu Echevarria, Sheron, Kellen, Gabriela, Cibele Carvalho, Déa, Vera, Virgilio, Fonta, Horácio, Giórgia, Karol, Janine, Mineiro, Nanda e tantos outros que foram tão amáveis. A preocupação de cada um só faz aumentar a vontade de tê-los por perto para sempre. #friendship

E o meu agradecimento mais que especial vai para ele: Vinicius. Que se superou nos cuidados de enfermeiro e deixou de lado o finde com os "broders" em Porto Alegre, para ficar enfurnado no meu leito. Obrigada pela sopa maravilhosa, pelas tulipas lindas, pelo blu ray de presente, pelos pequenos mimos, pelo carinho, pelas cobranças para tomar os remédios bem na hora certa, pela cia que me anima, pelos beijinhos para sarar a dor e principalmente por ter deixado esse teu cheirinho no travesseiro do lado, ele é o elixir aromático da minha recuperação! TE AMO! #love

sexta-feira, maio 03, 2013

Bonitinho...


Largo tudo..se a gente se casar domingo, 
Na praia, no sol, no mar...

quinta-feira, maio 02, 2013

Em nosso sangue há algo do mar...

"As vozes estridentes de um milhão de gerações silenciadas no tumulto, no vazio ressonante do oceano, interminável no tempo. Sim, o mar, sempre ali esperando, embora nunca pensemos nele em nossas cidades, mesmo que ele possa estar marulhando junto a elas, mas em nosso sangue há algo do mar que ainda nos evoca numa felicidade escondida quando o vemos e o ouvimos, na memória de ainda estarmos imersos nele, como num ventre que nunca mais poderemos retomar. Flutuando. Bem longe, as aves marinhas grasnavam e chamavam e gritavam, em grandes alturas. O marulhar da água arrastava todas as coisas para o sonho. Julian se recostou, de olhos fechados, na cadeira de lona. Ele era como um falcão, um pássaro marinho, uma ave de rapina, uma águia-pescadora que faz ninho no mar. Ele deve ter tido ancestrais que se lançaram ao mar, em navios de guerra portugueses. A cicatriz era um minúsculo ouriço-do-mar". 

Lawrence Ferlinghetti, em Amor nos tempos de fúria.

quarta-feira, maio 01, 2013

Adoradores do copo de plástico

                                                      Agora desbravando terras cariocas!