terça-feira, agosto 31, 2010

Conta, Nando Reis

Desde o dia em que eu perdi minha mãe
Eu me perdi de mim também
Perdi no mundo o que era o mundo meu
- minha mãe

E eu não sei o que sou sem ela
Só sei que ela me deixou
Por que ela me deixou?
Por que ela me deixou?
Ela me deixou

Nesse dia, o dia em que eu perdi minha mãe
Eu me dei conta que eu estava só por minha conta
Mesmo tendo o meu pai, que eu amo

A minha conta se não fecha
Essa conta nunca mais fechou
Nunca mais fechou
Nunca mais fechou
Essa conta

Estou aqui, estou aqui, fiquei aqui
Você não está, você não está, não está mais
Eu quero te ver, quero te ver, para te ver
É preciso sonhar.

E a partir desse dia, desse dia em diante
Minha alegria se transformou
Minha família aumentou bastante
Sou pai de cinco filhos

Mas um filho-pai apenas, criança sou
Uma criança sou
Uma criança sou
Uma criança sou
Uma criança sou
Uma criança sou
Uma criança sou

Estou aqui, estou aqui, fiquei aqui
Você não está, você não está, não está mais
Eu quero te ver, quero te ver, para te ver
É preciso sonhar.

domingo, agosto 29, 2010

sexta-feira, agosto 27, 2010

quarta-feira, agosto 25, 2010

Tá chegando...



QUINTA-FEIRA NA LIVRARIA NOBEL DO TOTAL >>>> LANÇAMENTO DO LIVRO

Pra entender o livro, sem cabecismo, é claro:

"A vida de Otto, pintor sem perspectivas, tem as mesmas cores do céu azul acinzentado dos dias de inverno. Quando a reserva de dinheiro acaba, ele pede um emprego para o amigo de infância, que trabalha para o governo. É essa reviravolta, atuando como instrutor de pintura no Centro Popular de Cultura, que fará com que ele conheça e se envolva com Sophia, uma de suas alunas, casada com um homem perigoso. Confuso, ele é arrastado para essa relação conturbada, sem saber se conseguirá (ou mesmo se quer) salvar Sophia. No mesmo prédio em que mora, outra tentação ronda seu apartamento: a vizinha adolescente Berta, que entre bolos de chocolate e café, também atua como confidente de Otto.

O livro exigiu a dedicação de muitos anos do autor. Em 2003, na sua primeira versão, recebeu uma menção honrosa no I Prêmio Casa de Cultura Mario Quintana. Sob o Céu de Agosto é ambientado numa espécie de cidade fictícia, onde os personagens vivem sob o olhar sempre atento de um tipo de ditadura de esquerda. O texto de Gustavo Machado é preciso e narra, com muita propriedade, este enredo policial. A presença de sexo, sangue e mistério, porém, torna-se secundária na trama que levanta, de forma indireta e despretensiosa, algumas das mais recorrentes questões do humanismo".

“Gustavo narra bem. Sabe envolver, manter o suspense e leva o leitor pela mão. Tem sexo, sangue e mistério na sua história. São bons ingredientes para uma ficção. Seu personagem é um pintor. Gustavo pinta boas cenas. Tem bom ouvido para diálogos. Dá para sentir uma pessoa real falando. É seu primeiro livro. Ele tem tudo para se impor na cena dos chamados novos escritores gaúchos.” Juremir Machado da Silva

Não é qualquer um que ganha uma orelha do Juremir né?! Parabéns Gus!

segunda-feira, agosto 23, 2010

Ganhei

Olha só quem ganhou o concurso:
Agora rumo ao Palácio Piratini....

domingo, agosto 22, 2010

Orgulho

É muito bom ver os amigos brilhando e tendo sucesso naquilo que amam e fazem. Esse é o caso do Gustavo Machado. Na próxima quinta, dia 26, ele lança o primeiro livro. "Sob o céu de Agosto" é um daqueles livros que você começa a ler e não quer parar. Tem narrativa, personagens, uma coisa que me lembra Rubem Fonseca, claro, tudo nas suas devidas proporções. Mas ai vocês se perguntam: como é que ela sabe tanto do texto se o livro nem foi lançado?! Ahhh, elementar meus caros, eu li essa deliciosa obra ainda nos originais. Eles pararam na minha antiga mesa de trabalho dentro de um envelope de papel pardo. "Lê e depois me diz se tu gosta". Foi assim, há uns 4 ou 5 anos que eu li e adorei Sob o céu de Agosto.
Por isso vai um pedaço desse céu pra vocês...

"Havia um cinza azulado envolvendo a cidade. Cinza azulado? É o melhor jeito de simplificar. Cinza azulado com umas manchas brancas que fatiavam em camadas espessas os muitos blocos de nuvens que se acavalavam como um caleidoscópio. Antes, tentara pintar essa cor várias vezes, mas não acertava a mão. Pensara em puxar para o chumbo, com umas notas discretas de violeta. Mas sempre ficava artificial, escuro demais, claro demais, violeta demais. Nunca deu certo, apesar de ser quase uma obsessão. Desde muito, batizei essa cor, para a eventualidade de conseguir registrá-la: Céu de Agosto, o nome da cor. Talvez porque agosto seja o mês mais emblemático do inverno. Esse Céu de Agosto é a tônica cromática do inverno, na minha opinião, e isso agora não vinha ao caso".

quinta-feira, agosto 19, 2010

segunda-feira, agosto 16, 2010

Le Scaphandre et le Papillon


Desafiador."O escafandro e a borboleta" é um filme que nos 30 primeiros minutos ninguém vê o protagonista. Você simplesmente fica na pele dele. A história é simples e real. Trata-se de uma terrível doença, e tudo acontece quase que inteiramente dentro de um hospital. Mesmo com as limitações que o personagem, o filme reinventa o que se chama de fotografia, assumindo não apenas o ponto de vista de quem conta a história, como transformando sua visão turva e limitada num carrossel de experimentos visuais e sensoriais em que os atores encaram a câmera o tempo todo. Um trabalho impressionante.
Além da beleza estética, o filme nos faz pensar (pelo menos eu pensei) na nossa frágil condição de humanos. De tudo de belo e intenso que vivemos. Das relações entre pais e filhos. Da capacidade da vida mudar numa fração de segundos. De sabermos que basta estar aqui que tudo pode desaparecer como, por exemplo, num derrame sem hora marcada. Jean-Dominique Bauby foi editor chefe da revista Elle francesa, teve 3 filhos, amores perdidos e uma paralisia aos 42 anos que deixou apenas que ele movimentasse o olho esquerdo. E foi entre um e dois piscares que ele conseguiu escrever sua triste e - porque não - virtuosa história.
Um filme para ficar mais perto da vida como ela é.

sábado, agosto 14, 2010

Eminem

Sempre gostei dele...ainda bem que voltou a gravar...

sexta-feira, agosto 13, 2010

Guria no rap: amo!

Foi em dezembro do ano passado que ouvi falar em Flora Matos. Nem dei bola. Dai, lá em SP zapeando a TV assisti aquele programa do Multishow com o Edgard e não é que lá tava a mocinha cantando e, detalhe, rimando. Sim, isso mesmo. No meio do território masculino que é o rap brasileiro Flora Matos apareceu como um nome promissor. A MC de 21 anos participou de O Jogo É Hoje (2008), mixtape com direção musical de Ice Blue e Mano Brown (Racionais MC’s), acompanhou com suas rimas os principais DJs de rap e vem se apresentando com o Instituto, banda na qual já cantou o rapper Sabotage. De lá pra cá a menina, natural de Brasília, vem sendo cogitada como a revelação doce e feminina do rap nacional. Flora foge dos agudos de Negra Li e não chega ao tom áspero de Nega Gizza.Fala de amor, saudade, tem versos leves e um flow de dar inveja pra muito marmanjo. Bom, desde que assisti ao programa e vi a mina rimando me deu uma vontade de conferir ao vivo. E hoje, aqui em Porto Alegre, isso é possível.
Me toco pro Garagem, pra ver se ela impressiona pelo fôlego que manda em seus versos ou pela beleza morena que encanta!

quinta-feira, agosto 12, 2010

terça-feira, agosto 10, 2010

A única salvação portenha: o mestre Fito

Meu amor musical por ele é indiscutível...é uma descoberta da adolescência que segue pela minha vida inteira. Já vi ao vivo, gravei shows, chorei e ri ouvindo o maestro da música rockera e atual argentina. Comprei o último cd de Fito Paez, Confiá, que é simplesmente lindo. Segue o clipe da música Tiempo al tiempo...

segunda-feira, agosto 09, 2010

Ah...os mimos escritos...

"Si el hombre pudiera decir lo que ama,
si el hombre pudiera levantar su amor por el cielo
como una nube en la luz;
si como muros que se derrumban,
para saludar la verdad erguida en medio,
pudiera derrumbar su cuerpo,
dejando sólo la verdad de su amor,
la verdad de sí mismo,
que no se llama gloria, fortuna o ambición,
sino amor o deseo,
yo sería aquel que imaginaba;
aquel que con su lengua, sus ojos y sus manos
proclama ante los hombres la verdad ignorada,
la verdad de su amor verdadero.

Libertad no conozco sino la libertad de estar preso en alguien
cuyo nombre no puedo oír sin escalofrío;
alguien por quien me olvido de esta existencia mezquina
por quien el día y la noche son para mí lo que quiera,
y mi cuerpo y espíritu flotan en su cuerpo y espíritu
como leños perdidos que el mar anega o levanta
libremente, con la libertad del amor,
la única libertad que me exalta,
la única libertad por que muero.

Tú justificas mi existencia:
si no te conozco, no he vivido;
si muero sin conocerte, no muero, porque no he vivido.

Do poeta espanhol Luis Cernuda. TE AMO"!

Recebi do homem que tem nome de poeta, alma iluminada, luz própria, inteligência no genoma e é simplesmente o cara, isto é, o AMOR da minha vida!

domingo, agosto 08, 2010

Un prophète, de Jacques Audiard

Quando desviava o meu olhar procurando o ombro companheiro percebi que casais de média idade deixavam a sala de cinema. O sangue parecia jorrar da tela para nossas comôdas cadeiras. Não me assutaria com aquilo, mas a violência do take era extrema, e foi a única em quase 3 horas de filme que tirava as minhas jaboticabas do telão. Os idiomas que eu ouvia me davam um prazer sonoro que ainda não sei explicar , era francês, córsego e árabe. Um deleite para quem cansa de assistir e ouvir sempre filmes em inglês. Mas não foi só isso, era ele. Ele. Ele. Ele. O ator principal. Jovem, desconhecido, hipnótico. Tamar Rahim vivenciou Malik El Djebeena - o protagonista - com tanta intensidade que não parecia estar interpretando uma simples história sobre os sistema carcerário. Fiquei ali. Concentrada. Me lembrava que há duas semanas visitei as entranhas do Presídio Central de Porto Alegre. Toda prisão é um castigo onde se pratica a arte da sociabilidade extrema (ou não). Em um cárcere é matar ou morrer. E nesse caso, no filme O Profeta o personagem principal queria viver. Não vou entregar o conteúdo do filme, assim, de bandeja, acho até chato resenhas que contam a trama. Prefiro deixar as minhas mais claras e sinceras impressões. O profeta é simplesmente um dos melhores filmes para entender a vida e o desenvolvimento humano. Forte, marcante, verdadeiro. Ganhou 9 "césar" - o Oscar do cinema na França. E merecia mais, muito mais.

Detalhes fazem a diferença...


A música do Snow Patrol é uma graça e o clipe também. Assistam e percebam os detalhes.
Viram?
O vídeo foi gravado nas ruas de Paris. Quem já foi revive todos os passeios e lugares lindos. Mas...cês perceberam nos carros antigos??? Sim, beeeem antigos! Pois é, o clipe foi gravado em 1976 e os caras do Snow Patrol encaixaram o som com a gravação. Sensacional!
Também tenho essa paixão pelas coisas vintages da vida...vá saber!

sábado, agosto 07, 2010

Tarantinesca

Ele faz tudo do jeito que eu gosto. Usa a cultura pop ao extremo. Filma com voracidade. Não gosta de preciosismos ou perfeição. Pira. Enlouquece em tramas ora bizarras, ora empolgantes. Ama mulheres bonitas e pés mais bonitos ainda. Sempre escolhe o produtor musical com maestria (lembra do RZA?!).E todas as trilhas de seus filmes são marcantes. Cães de Aluguel, Kill Bill, Pulp Fiction, Bastardos Inglórios e agora o À prova de morte são (pra mim) os filmes mais bacanas do Tarantino. Sim, adoro o nonsense bem filmado do cara. "Death Proof" é mais um daqueles filmes que quem não dá nada por ele, acaba adorando no final. Kurt Russell estava sensacional ao lado do time de gostosonas escaladas por Quentin. Enredo, timming, fotografia, tudo no devido lugar. No meu entendimento, nos últimos filmes Quentin tem se mostrado uma espécie de justiceiro. Todas as tramas tratam de algo horrível que, mais cedo ou mais tarde, acaba por ser vingado. Violência, sensualidade, bons diálogos e é claro uma história maluca, resultado: gosto de tudo isso.O Tarantino bem que podia filmar por aqui. Meus pés agradeceriam ;)

terça-feira, agosto 03, 2010

Individualismo e rebeldia: Kierkegaard

Ao longo do século 20, poucas correntes filosóficas fizeram tanto sucesso quanto o existencialismo – escola de pensamento que sublinha, entre outras coisas, a reflexão sobre o absurdo da vida humana, deixando de lado a busca pela verdade suprema ou o bem absoluto. Após duas guerras mundiais, genocídios, fracassos ideológicos e algumas bombas atômicas, esse elegante evangelho do desespero caiu no gosto de pensadores profissionais e leigos. No século passado, a figura mais célebre do cânone existencial foi sem dúvida o mandarim materialista Jean-Paul Sartre: graças a ele, o existencialismo acabou associado a um ateísmo militante que, em momentos extremos, beira a intolerância contra qualquer forma de religiosidade (os atuais chiliques contra o véu islâmico na França são exemplos disso). Vale lembrar, no entanto, que o pai do pensamento existencialista moderno não foi um ateu, nem mesmo um agnóstico, mas um homem fervorosamente religioso que via no cristianismo sincero uma afirmação de individualismo e rebeldia: o dinamarquês Soren Kierkegaard (1813-1855).
Inimigo declarado de todos os sistemas (embora cristão, ele era um crítico feroz das religiões organizadas), Kierkegaard escreveu uma obra cheia de exaltação, espiritualidade e agonia. Seus livros são, ao mesmo tempo, um dilacerante testemunho de fé e uma virulenta zombaria contra a sociedade europeia do século 19. Para ele, a triunfante feiura da Revolução Industrial e a empolada moralidade da burguesia estavam criando uma civilização de pseudoindivíduos acostumados a viver sem paixão e conformados com o próprio tédio. Em um de seus textos, ele escreve com delicioso azedume: “A maior parte da humanidade hoje é composta por chatos. E ninguém será tão chato a ponto de negar essa verdade”. Foi por causa de sua arrasadora honestidade intelectual que esse cristão renitente chegou a influenciar, 100 anos após sua morte, toda uma geração de descrentes. Com efeito, o pensamento de Kierkegaard tem ressonâncias que vão muito além da fé (ou da falta dela). Isso porque o tema mais prolífico e eloquente na obra do cristianíssimo rebelde dinamarquês é um daqueles assuntos que jamais envelhecem, e que podemos realmente chamar de universais: a angústia da condição humana.
Eu realmente me apaixonei por esse existencialista. Agora, resta procurar sua biografia e pensar cada vez mais a respeito do todo. Do mundo. Todo.

segunda-feira, agosto 02, 2010

Pra começar a semana...


A música é uma gracinha e o clipe também! Fireflies com Owl City

domingo, agosto 01, 2010

Eu quero...

ficar de molho até o verão chegar.
rolar na grama.
cheirar as roupas do varal alheio e perceber que a minha ainda é mais perfumada.
fazer pic-nic com os amigos na redenção que nem fiz em Paris.
voltar para Paraty.
ter alguém que soubesse desenhar.
encontrar o "apê" no BF.
rir até a barriga doer.
comer branquinho de panela.
ter férias.
ter feriadão.
não brigar com meu pai.
experimentar a comida havaiana da NY.
ter saúde pra dar e vender.
reencontrar as amigas toda a semana.
ser mais organizada.
perder menos tempo em filas.
encontrar o patê importado de pimenta verde (riveeeeraaa)!
brincar com os bebês que ilustram o mural do meu quarto.
ver o Grêmio numa melhor.
surpresas apaixonadas sem motivo.
um pedido.
mais flores pela casa.
mais jazz pelo mundo.
colorir paredes.
comprar comprar comprar.
ter uma data para comemorar.
parar de roer unha.
ser ainda mais feliz.
erradicar a miséria e as doenças do mundo.
tomar banho de mar.
ganhar o livro novíssimo em folha da WW da Cultura.
ter a voz menos rouca.
baixar a trilha de Death Proof em questão de segundos.
me bronzear até arder.
dar um nariz novo pra quem tem rinite.
resgatar a infância.
acreditar mais nos outros.
um jantar de família.
religiosidade.
andar de bici na fronteira.
cozinhar mais e melhor.
voltar pro ballet.
ter a minha mãe de volta.
fazer feliz um quase Doutor em biologia molecular.
o mundo!