Quando desviava o meu olhar procurando o ombro companheiro percebi que casais de média idade deixavam a sala de cinema. O sangue parecia jorrar da tela para nossas comôdas cadeiras. Não me assutaria com aquilo, mas a violência do take era extrema, e foi a única em quase 3 horas de filme que tirava as minhas jaboticabas do telão. Os idiomas que eu ouvia me davam um prazer sonoro que ainda não sei explicar , era francês, córsego e árabe. Um deleite para quem cansa de assistir e ouvir sempre filmes em inglês. Mas não foi só isso, era ele. Ele. Ele. Ele. O ator principal. Jovem, desconhecido, hipnótico. Tamar Rahim vivenciou Malik El Djebeena - o protagonista - com tanta intensidade que não parecia estar interpretando uma simples história sobre os sistema carcerário. Fiquei ali. Concentrada. Me lembrava que há duas semanas visitei as entranhas do Presídio Central de Porto Alegre. Toda prisão é um castigo onde se pratica a arte da sociabilidade extrema (ou não). Em um cárcere é matar ou morrer. E nesse caso, no filme O Profeta o personagem principal queria viver. Não vou entregar o conteúdo do filme, assim, de bandeja, acho até chato resenhas que contam a trama. Prefiro deixar as minhas mais claras e sinceras impressões. O profeta é simplesmente um dos melhores filmes para entender a vida e o desenvolvimento humano. Forte, marcante, verdadeiro. Ganhou 9 "césar" - o Oscar do cinema na França. E merecia mais, muito mais.
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