segunda-feira, maio 31, 2010

Cocktail Party

Não tenho vergonha de dizer que estou triste,
Não dessa tristeza ignominiosa dos que, em vez de se matarem, fazem poemas:
Estou triste por que vocês são burros e feios
E não morrem nunca...
Minha alma assenta-se no cordão da calçada
E chora,
Olhando as poças barrentas que a chuva deixou.
Eu sigo adiante. Misturo-me a vocês. Acho vocês uns amores.
Na minha cara há um vasto sorriso pintado a vermelhão.
E trocamos brindes,
Acreditamos em tudo o que vem nos jornais.
Somos democratas e escravocratas.
Nossas almas? Sei lá!
Mas como são belos os filmes coloridos! (Ainda mais os de assuntos bíblicos...)
Desce o crepúsculo
E, quando a primeira estrelinha ia refletir-se em todas as poças d'água,
Acenderam-se de súbito os postes de iluminação!

Do gauchinho entendido de estrelas: Quintana.

quarta-feira, maio 26, 2010

Um livro para cada ocasião

"Por que em certos momentos de nossa vida escolhemos a companhia de um livro mais que a de outro? Durante o tempo que passou no cárcere, Oscar Wilde pediu para ler A ilha do tesouro, de Stevenson, e um guia de conversação francês-italiano. Alexandre, o Grande, levou com ele em suas batalhas um exemplar de A Ilíada, de Homero. O assassino de John Lennon decidiu munir-se de O apanhador no campo de centeio, de J. D. Salinger, para o momento do crime. Na prisão, será que Bernard Madoff vai querer ler, em A pequena Dorrit, de Dickens, como o escroque Sr. Merdle, não suportando a vergonha de ser desmascarado, corta a própria garganta com uma navalha que pegou emprestada? E o papa Bento XVI vai se enclausurar com um exemplar de Bubu de Montparnasse, de Charles-Louis Philippe, para analisar o fenômeno da falta de preservativos que provocou uma epidemia de sífilis em Paris no século XIX? G. K. Chesterton, um poeta com senso prático, imaginava que se estivesse encalhado numa ilha deserta, adoraria ter com ele um manual básico sobre construção naval; nas mesmas circunstâncias, o francês Jules Renard, menos pragmático, preferia Cândido, de Voltaire, e Os bandoleiros, de Schiller.
E quanto a mim, que livros eu escolheria para me fazer companhia ? Sem dúvida, acredito na utilidade inegável de uma biblioteca virtual, mas não utilizo os e-books, essas encarnações modernas das placas assírias, nem os iPods, e tampouco os nostálgicos game-boys. Sou habituado à substância palpável do papel e da tinta. Fiz então, de cabeça, uma lista dos livros que estão empilhados em minha casa, perto de minha cama. Descartei os romances recentes (demasiadamente arriscados, pois ainda não deram provas de que são bons), as biografias (que apresentam gente demais nas circunstâncias em que me encontro) os ensaios científicos e os policiais (muito cerebrais; por mais que recentemente eu tenha apreciado o renascimento darwinista e a releitura de grandes clássicos do crime, uma descrição detalhada dos genes do egoísmo e do cérebro do assassino não me pareceu o remédio adequado). Mas não: eu queria uma espécie de alimento reconfortante, algo de que já tivesse gostado e pudesse reler tranquilamente e com prazer, mas que, ao mesmo tempo, me fizesse vibrar e trabalhar a mente"...
Ao ler esse trecho da coluna de Alberto Manguel, no incrível site do Le Monde Diplomatique - Brasil, fiquei pensando exatamente - quase que Ipis litteris - o mesmo. Ele escreveu a história em decorrência de um período no Hospital. E eu, cá no meu isolamento por razões profissionais, penso que existem livros que nos fazem uma companhia real e impressionantemente capaz de mudar o que estamos vivendo. Trouxe alguns livros pra São Paulo. Willian Faulkner, George Orwell, e comprei um Camões. Mas sinto que falta O livro, aquele que me fizesse esquecer tudo e viajar na história! Pensei em Dom Quixote, As 1001 noites, Clarice...Enfim, mas o que ainda me corrói por uma leitura urgente é a obra os "Sete Pilares da Sabedoria", de Thomas Edward Lawrence, a.k.a Lawrence da Arábia! Mas enquanto não defino o livro da ocasião, o que vcs ilustres leitores desse blog me sugerem???

I'm confessing that I love you
Tell me do you love me too?
I'm confessing that I need you
Honest I do
I need you every moment

In your eyes I read such strange things
But your lips deny they're true
Will your answer really change things
Making me blue

I'm afraid someday you'll leave me
Saying can we still be friends
If you go, you know you'll grieve me
All in life, on you depends

Am I guessing that you love me
Dreamin' dreams of you in vain
I'm confessing that I love you
Over and over again

I'm confessing that I love you
Tell me do you love me too?
I'm confessing that I need you
Honest I do
Oh oh oh
Honest I do
Oh oh oh
I really do

Quem inventou a distância...


não sabe como dói a saudade!!!

segunda-feira, maio 24, 2010

Porque será que só consigo escutar jazz no quarto do hotel?
Porque será que eu já briguei com meu pai?
Porque será que gosto de caminhar por ruas desconhecidas?
Porque será que a comida é tão farta?
Porque será que nas primeiras 24h ele foi tão derrotista?
Porque será que quanto mais evoluo, mas sozinha eu fico?
Porque será que perdi ela pra ter isso?
Porque será que não me bate o sono?
Porque será que amo tanto quem tá longe?
P O R Q U E ?

domingo, maio 23, 2010

Cheguei

A primeira sensação foi a do cheiro de café. Era Forte. Não havia tumulto, nem agitação. Domingo deve ser sempre assim. A cidade estava mais fria do que a minha. Engraçado isso, pensei com meus braços de fora. Cinza. Cinza. Cinza. E carros. Nada me parecia novo. É a minha terceira passagem por aqui. Lembrei da mamãe. Foi ela quem me trouxe quando eu tinha 18 anos. Check in. No alto do 22º andar do flat vi a floresta de concreto. Mas como em toda natureza - modificada ou não - São Paulo, a cidade que não pára, me recebeu de braços abertos e com um pôr-do-sol lindo de se ver.

quinta-feira, maio 20, 2010

O clipe é uma graça, mas a letra...um perigo

Eu adoro esse som, mas a letra deveria ser proibida...Segue, depois do clipe, pra que os bons entendedores de inglês saibam do que tô dizendo.

Have a baby
Have a baby by me, baby! Be a millionaire
Have a baby by me, baby! Be a millionaire
Have a baby by me, baby! Be a millionaire
Be a millionaire, Be a, Be a millionaire

[Chorus: Ne-Yo]
I don't play no games (I don't play no games)
So when I'm in that thang (when I'm in that thang)
Come see what I mean (see what I mean)
See what I mean, owww (see what I mean)
Said lil' mama put me on (baby put me on)
Bet I'll have you gone (bet I'll have you gone)
Come see what I mean (see what I mean)
See what I mean (see what I mean)

[Verse 1: 50 Cent]
First it's her neck, yeah then her back
Yeah I'm a freak, I get into all that
Girl I perform for ya, like a porno star
Till ya had enough then I just need a little bit more
New music new move new position
New erotic sounds is goin down now listen
I can hear your heartbeat, you're sweatin I can paint a perfect picture
I get deeper and deeper, I told ya I'll get ya
I work that murk that just the way ya like it baby
Turn a quickie into an all nighter maybe
Your sex drive it match my sex drive
Then we be movin as fast as a NASCAR ride
Switch gears slow down, go down whoa now
You can feel every inch of it when we intimate
I'll use my tongue baby, I'll leave you sprung baby
I'll have ya head spinnin sayin 50 so crazy

[Chorus: Ne-Yo]
I don't play no games (I don't play no games)
So when I'm in that thang (when I'm in that thang)
Come see what I mean (see what I mean)
See what I mean, owww (see what I mean)
Said lil' mama put me on (baby put me on)
Bet I'll have you gone (bet I'll have you gone)
Come see what I mean (see what I mean)
See what I mean (see what I mean)
Come see what I mean, come see what I mean

Have a baby by me, baby! Be a millionaire (Ohhhh)
Have a baby by me, baby! Be a millionaire (Come see what I mean)
Have a baby by me, baby! Be a millionaire (Owww)
Be a millionaire, Be a, Be a millionaire (Lil mama come see what I mean)

[Verse 2: 50 Cent]
Girl I want you to give me what you got and give me more
Girl you can start on top or on fours
You know I like it, when you get into it
Don't nobody do it, uh, like I do it
Feel the rush, from my touch, get intoxicated
Drunk off my love, call the Hennesey thug
Passion, ya laughin, I can make you smile on the regular
Tell me what you want, shorty, that's what I'ma get ya
Yeah, I need you to be what I need, more than liquor or weed (SENSACIONAL, 50)!
I need you to maybe give me a seed
I need you to give me reason to breathe
I need you, I'm tellin this so you know what I need
I'd be a part-time or full-time lovers, a meant-to-be lover
Don't matter which way it go, I'm oh so gutta
Girl you could get it however you wan' get it
I'm feelin you, still feelin you right now, get it

Eu amo o amor

Eu escuto essa música nova do Pearl Jam, Just Breathe, e tudo se potencializa. Não há promessas. Nem penso na letra. As palavras soltas apenas me encantam. A trilha é nova. Stay with me, diz Eddie Wedder. Antigamente eu tinha um medo tremendo do futuro. Agora o medo dá lugar a uma expectativa de que algo me surpreenda ainda mais. Avassaladoramente. Tudo foi tão rápido. De repente, divido o meu melhor. Não espero que resolvam por mim. Faço. Ah, o brilho dos teus olhos. Ahhh, a simplicidade das pequenas coisas. Um cruzar de pernas. Uma risada. A paz dos sonhos bons. Mataria todos os desejos do mundo só pra ter teu olhar fitando o meu. Vamos revolucionar o 'quotidiano'. Deixa a vela acesa. Salto alto é tão IN. Relaxa, cresce. Um amor pagão/cristão?. Queimaria nas fogueiras por isso tudo. Novo é o dia. Aproveita o hoje. Amanhã pode ser tarde. A vida é mais curta do que imaginas. A trilha se renova. Coltrane para nós. Tragam lenha. Faremos uma festa na floresta.
O amor não se explica. Nunca poderemos definir. Basta sentir.
*

sábado, maio 15, 2010

Soneto Do Maior Amor

Maior amor nem mais estranho existe
Que o meu, que não sossega a coisa amada
E quando a sente alegre, fica triste
E se a vê descontente, dá risada.

E que só fica em paz se lhe resiste
O amado coração, e que se agrada
Mais da eterna aventura em que persiste
Que de uma vida mal-aventurada.

Louco amor meu, que quando toca, fere
E quando fere vibra, mas prefere
Ferir a fenecer - e vive a esmo

Fiel à sua lei de cada instante
Desassombrado, doido, delirante
Numa paixão de tudo e de si mesmo.

Ganhei dos Vis.

sexta-feira, maio 14, 2010

Sorte?!

Meus últimos 6 meses tem sido intensamente alegres, tirando a saudade absurda e sem explicação que eu sinto dela, o resto vai tão bem que a cada novo passo, caminho ou descoberta eu penso - será que mereço?! Ah, mereço. Sim. E como. Mas as vontades, as metas, algumas coisas pensadas pra alguns anos, começaram a se concretizar. E no meio disso tudo, desse trabalho que eu amo fazer e que só me dá boas provas de que estou no caminho certo. Bem no meio, no miolo, no centro dessa erupção vulcânica tem um elemento que me transformou pra melhor, tem alguém que simplificou velhos conceitos e me fez tentar acreditar. E tem o outro. O orgulhoso progenitor, aquele que nem acredita nos vôos cada vez mais altos. Mas que me quer do lado dele. A vida é uma piada. Em menos de um ano, duas chances de abrir as asas e partir. E porque não?! (pausa dramática) Não é medo. Nem vontade de não sentir o risco. Pelo contrário. A partida vai chegar. Mas é cedo. Muito cedo ainda. Até porque encontrei alguém - que nem naquela música da Gal - que me dá sorte na vida. E comooooo!

Tudo de bom que você me fizer
Faz minha rima ficar mais rara
O que você faz me ajuda a cantar
Põe um sorriso na minha cara, meu amor

Você me dá sorte, meu amor
Você me dá sorte, meu amor
Você me dá sorte na vida!

Quando te vejo não saio do tom
Mas meu desejo já se repara
Me dá um beijo com tudo de bom
E acende a noite na Guanabara, meu amor

Você me dá sorte, meu amor
Você me dá sorte, meu amor
Você me dá sorte de cara!

quarta-feira, maio 12, 2010

Yo sólo preciso dos: Mi guitarra y vos


Que viva la ciencia,
Que viva la poesia!
Que viva siento mi lengua
Cuando tu lengua está sobre la lengua mía!
El agua esta en el barro,
El barro en el ladrillo,
El ladrillo está en la pared
Y en la pared tu fotografia.

Es cierto que no hay arte sin emoción,
Y que no hay precisión sin artesania.
Como tampoco hay guitarras sin tecnología.
Tecnología del nylon para las primas,
Tecnología del metal para el clavijero.
La prensa, la gubia y el barniz:
Las herramientas de un carpintero.

El cantautor y su computadora,
El pastor y su afeitadora,
El despertador que ya está anunciando la aurora,
Y en el telescopio se demora la última estrella.
La maquina la hace el hombre...
Y es lo que el hombre hace con ella.

El arado, la rueda, el molino,
La mesa en que apoyo el vaso de vino,
Las curvas de la montaña rusa,
La semicorchea y hasta la semifusa,
El té, los ordenadores y los espejos,
Los lentes para ver de cerca y de lejos,
La cucha del perro, la mantequilla,
La yerba, el mate y la bombilla.

Estás conmigo,
Estamos cantando a la sombra de nuestra parra.
Una canción que dice que uno sólo conserva lo que no amarra.
Y sin tenerte, te tengo a vos y tengo a mi guitarra.

Hay tantas cosas
Yo sólo preciso dos:
Mi guitarra y vos
Mi guitarra y vos.

Hay cines,
Hay trenes,
Hay cacerolas,
Hay fórmulas hasta para describir la espiral de una caracola,
Hay más: hay tráfico,
Créditos,
Cláusulas,
Salas vip,
Hay cápsulas hipnóticas y tomografias computarizadas,
Hay condiciones para la constitución de una sociedad limitada,
Hay biberones y hay obúses,
Hay tabúes,
Hay besos,
Hay hambre y hay sobrepeso,
Hay curas de sueño y tisanas,
Hay drogas de diseño y perros adictos a las drogas en las aduanas.

Hay manos capaces de fabricar herramientas
Con las que se hacen máquinas para hacer ordenadores
Que a su vez diseñan máquinas que hacen herramientas
Para que las use la mano.

Hay escritas infinitas palabras:
Zen, gol, bang, rap, Dios, fin...

Hay tantas cosas
Yo sólo preciso dos:
Mi guitarra y vos
Mi guitarra y vos.

terça-feira, maio 11, 2010

segunda-feira, maio 10, 2010

Pagu



















Patrícia Galvão. Figura múltipla. Escreveu reportagens, livros, peças de teatro, foi militante política e agitadora cultural. Em junho completa-se o centenário do nascimento (09/06 de 1910) dessa paulista de São João da Boa Vista. E dai eu me lembrei que na escola estudei um pouco do movimento cultural e político que a tal da moça Pagu participava. Remoendo isso, fui buscar elementos da vida dessa comunistinha lá na casa da minha dinda (pra variar) e descobri mais do que queria. Vamos aos fatos?! Pagu atirou-se na vida com um sofrimento de suicida. Na época em que mulheres só podiam casar e ter filhos, ela teve coragem de transgredir e pagar o preço. Sendo assim, não se poupou de nada.
Conhecida como a mascote sexy e bem falante dos modernistas, viveu mais dramas do que alegrias. Mas cumpriu seu papel no mundo: o de demolidora de convenções. O pai, advogado, gastava o dinheiro em bares, a mãe, alemã, obrigava aos filhos a vida disciplinada e a resignação. Patrícia, odiava aquilo tudo. Aos 12 anos decidiu virar mulher, e para isso, escolheu um homem mais velho, com quem viveu durante dois anos . Aos 14, engravidou e submeteu-se a um aborto que perdurou em sua memória como uma lembrança terrível. Para sair de casa, deu um jeito. Aos 15, assinando como Patsy, estreou na imprensa - no Brás Revista - com poemas e desenhos. A graça de Patrícia não passou despercebida. Raul Bopp - que a apelidou de Pagu por achar que seu nome era Patrícia Goulart - foi o primeiro a cair de amores ((( Pagu tem os olhos moles, uns olhos de fazer doer. Bate-coco quando passa. Coração começa a bater. Eh Pagu eh!))). Sendo a menina dos modernistas, passou a escrever para a Revista de Antropofagia, na segunda fase, publicada pelo Diário de São Paulo. Todos se encantaram...Oswald de Andrade e Tarsila do Amaral incorporaram a moça à vida social da época. Mas...
...Não é que ela acabou ficando com Oswald e perdendo a amizade de Tarsila (que passou a chamar Pagu de "a Normalista"). Praga ou não, na véspera do casamento, Pagu encontrou o futuro consorte com uma moça. E foi por causa da lealdade dela a ele que conseguiram manter o casamento. Com o marido, ela trabalhou intensamente. A década de 30 foi marcada pela fermentação dos ideais políticos. A expansão do fascismo e o surgimento do nazismo atraíram para o comunismo uma parcela da juventude. Inclusive ela. Bastaram 3 dias de conversa com Luíz Carlos Prestes para nascer uma militante.
Dedicou parte da vida ao Partido Comunista, deixou o filho Rudá, ainda bebê ao cuidados do pai e foi viver como operária no Rio. Para provar sua fidelidade ao Partidão suportou prisões, fome , exaustão e doença. Mas revoltou-se ao ser convocada para tarefas em que deveria oferecer sexo por troca de informações. Largou tudo e foi para a Europa. Enviava reportagens para o Correio da Manhã, do Rio e o Diário da Noite, de SP.
Em 1935, separada de Oswald, foi presa na Intentona Comunista, entre fugas e recapturas amargou 5 anos na prisão. Ao sair, tinha 30 e se transfomara segundo ela "numa rocha vincada de golpes e amargura". Tentou novamente o amor, dessa vez com o jornalista Geraldo Ferraz. Foram anos de dedicação a palavra escrita. Viveu com paixão o jornalismo cultural. Lançou o suplemento literário do Diário de S.P e deu um empurrãozinho na estréia de Lygia Fagundes Telles e Clarice Lispector, além de apresentar o leitor a James Joyce, Henry Miller e o meu adorável William Faulkner. Essa Pagu, ficou na memória do segundo filho, que dizia que "a mãe passava as tardes escrevendo docemente". Ela gostava de cozinhar e ficar em casa, mas a depressão batia e junto com ela o álcool imperava. Tentou o suícidio duas vezes. A última, com um tiro no peito, foi em Paris, para onde viajou quando descobriu um câncer de pulmão. Socorrida, sobreviveu alguns meses, mas não suportou a doença que a levou aos 52 anos. Intensa, indignada no palanque, mulher. Pagu deixou um legado simples: o de quem sonhava com horizontes mais amplos. E ela, conseguiu!

Poema da extradição

Vou te tirar do meu país
Nem no cárcere do meu peito ficarás
Vastidão de terra sem alma
Não me bastam tuas idéias de vanguarda

Ah! Teu pensamento revolucionário
Falam tanto da tua inteligência avassaladora
Não há espaço para tudo que queres
Não me importo mais.

Amei na primeira vista.
Mas não tolero a idade
A voz. A sabedoria

É pelo amor do passado
que te mato, te mando embora
E te extradito do meu país.

POA, 10 de maio de 2010.

domingo, maio 09, 2010

sábado, maio 08, 2010

O baixo astral

"Enquanto dura o baixo astral, perco tudo. As coisas caem dos meus bolsos e da minha memória: perco chaves, brincos, canetas, dinheiro, documentos, nomes, caras, palavras. Eu não sei se será mau-olhado.
Pura casualidade, mas às vezes a depressão demora em ir embora e eu ando de perda em perda, perco o que encontro, não encontro o que eu busco, e sinto medo que numa dessas distrações, acabe deixando a vida cair".
Sempre Galeano

quinta-feira, maio 06, 2010

O que o vento não levou

No fim tu hás de ver que as coisas mais leves são as únicas
que o vento não conseguiu levar:
um estribilho antigo
um carinho no momento preciso
o folhear de um livro de poemas
o cheiro que tinha um dia o próprio vento...

Do 'Mister' Quintana

O petróleo é nosso, ops, é dele














Não satisfeito em ser o primeiro lugar do doutorado em Biologia molecular e celular da UFRGS, ele foi além, além mar diria eu. Decidiu fazer um concurso, assim, meio que na brincadeira, sem estudar na primeira fase e lendo um pouquinho de legislação ambiental na segunda. E não é que ele, meu petit pretin, conseguiu?! Em épocas de pré-sal e vazamento no Golfo do México, ele deixou centenas pra trás e foi mais uma vez O PRIMEIRO lugar, agora no concurso da Petrobras/Refap. Hihihi, acho que já tenho minha plataforma...uma notícia incrível pra uma semana tão down!
Esse conflituado, é ou não é o meu ORGULHO e ALEGRIA?!
AMO.

terça-feira, maio 04, 2010

...

E essa saudade de teus impulsos
Tua voz, gravidade existencial
Falta o carinho truculento
Mãos lisas, maciez até na última hora
A beleza dos teus passos
Vaidade e mimo
O barulho da tua chave
Nada é para sempre, fúria.
O teu senso de justiça e caráter
A fidelidade com o que se ama
Vinda e afirmada a educação conservadora
Contraditória
Sempre faltou o apego religioso
E se não gostar, fala
Há coragem, coragem de enfrentar tudo e todos
Seria um número engraçado 69
Taurus
Sali
Amo.

Mas infelizmente.......

Hoje, tudo, me dói.

segunda-feira, maio 03, 2010

No coração da comemoração
















Bata no peito e diga: esta terra tem dono. E ele é gremista!