quinta-feira, maio 30, 2013

Fidel

Enquanto meu sangue ferver a reação química explica tudo. Não suporto migalhas. Sempre quero mais do que vem nos poemas, nas barras de chocolate, nos livros que alguns julgam tão complicados. Ele anda sempre com a mesma vitrola velha. Com os discos chatos e nada inovadores. Parei na frente da escultura televisionada. Vi e o pior - ouvi - ignorâncias ainda maiores frente a beleza da arte. Ah, o que nos salva vai muito além da sobrevivência fisiológica. Cortaria uma orelha. Alheia. Para não ouvir tanta besteira. Fizeste bem meu velho Vincent. Arrancaria com uma fome/fúria à lá Lecter alguns olhos e daria para os gatos comerem. Não me resigno. Canso do movimento diário. Do passado tão cheio. Do presente vazio. Mas me encanta o silêncio. A quietude de uma pessoa. A sala cheia de amor, mas sempre tão tranquila. Subo e desço escadas. O exercício já dura 3 décadas. Não canso. Aliás penso em mais degraus... Ainda tem essa merda toda rolando e o mapa mais lindo da América segue perdido. Caixas roxas. Falta paciência. Penso em Fidel. Dias de sol. O velho desejo desenhando-se na minha frente como uma noite quente no Caribe. Mulata. 

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