segunda-feira, agosto 22, 2005

Segunda do Soneto

Maldição

Se por vinte anos, nesta furna escura,
Deixei dormir a minha maldição,
Hoje, velha e cansada da amargura,
Minha alma se abrirá como um vulcão.

E, em torrentes de cólera e loucura,
Sobre a tua cabeça ferverão
Vinte anos de silêncio e de tortura,
Vinte anos de agonia e solidão...

Maldito sejas pelo ideal perdido!
Pelo mal que fizeste sem querer!
Pelo amor que morreu sem ter nascido!

Pelas horas vividas sem prazer!
Pela tristeza do que eu tenho sido!
Pelo esplendor do que eu deixei de ser!...

Olavo Bilac (carioca cheio de inspiração que muito acrescentou para a Literatura Brasileira).

2 comentários:

Silvio Pilau disse...

Me liga no fim-de-semana que eu vou contigo ver o filme da bunduda. Dia de semana eu não tenho tempo mesmo.

Beijos

Anônimo disse...

Bonito isso heim moça!