segunda-feira, agosto 15, 2005

Mais um soneto!

Sim tenho uma paixão por sonetos e sonetistas, e é por isso que toda semana vou postar um aqui no blog. Para quem não sabe - pois deve gastar o tempo ocioso assistindo a novela das seis, das sete e das oito - o soneto é um poema de quatorze versos, dispostos em dois quartetos e dois tercetos.O termo deriva do latim sonus, que quer dizer som, ruído e designa também a voz, a palavra, a inflexão. Em sentido figurado, segundo Sérgio Faraco, pode significar brilho de estilo. Mas chega de tantas explicações...é hora de "sonetar":

:::CONTRA-SENSO:::

Oh! meu amor, escuta, estou aqui.
Pois o teu coração bem me conhece:
eu sou aquela voz que, em tanta prece,
endoideceu, chorou, gemeu por ti!

Sou eu, sou eu que ainda não morri
- nem a morte me quer, ao que parece -
e vinha renovar, se inda pudesse,
as horas dolorosas que vivi.

Oh! que insensato e louco e quem se ilude!
Quis fugir , esquecer-te, mas não pude...
Vê lá do que os teus olhos são capazes!

Deitando a vista pelo mundo além,
desisto de encontrar na vida um bem
que valha todo o mal que tu me fazes!

Marta Mesquita da Câmara
Poeta Portuguesa nascida em 1894, em Lisboa.

2 comentários:

Silvio Pilau disse...

Bonito, principalmente os últimos dois versos.

Só não precisava ter colocado aquela história das novelas na introdução. Tu tá desrespeitando teus leitores que gostam de novela.

Beijos

Pree disse...

Pipipipipipipipipipipi..