segunda-feira, junho 24, 2013

O que eu quero?

Dividir
O riso.
A cama.
A janta.
Uns pedaços de papel
Bem escritos.
Uma música inteira.
Cantada ao pé do ouvido.
Um cordão perto do coração.
Pra te manter comigo.
Para manter todos que se foram.
Bem perto do peito.
Um piano na parede.
Não preciso de cauda para som e fúria.
Um tique taque.
Pra contar cada hora que passa afastada.
Novas lentes
Para ver o mundo colorido.
Casa nova. Bairro novo.
Fotos para refrescar a memória quando ela falhar.
Um fígado resistente.
Joelhos fortes.
Pintura.
Poemas.
A livre expressão artística.
Um portrait.
É a velha tradição greco romana remanescente em meu sangue.
Banho de chuva.
De mar.
De mangueira.
Dançar de vestido solto e pés descalços.
Cartões.
Cheiro de roupa limpa no varal.
Uma nova aventura para se inspirar.
Cuba.
Um pedido.
Uma resposta.
A solução.
Ou simplesmente:
Deitar na cama e ser surpreendida.
É assim, foi assim...é o tal
poder do dia a dia.
É isso que eu quero.

I've got a soul, but I'm not a soldier

terça-feira, junho 18, 2013

Para falar das minhas olheiras

Vê estas olheiras dramáticas,
este poema roubado:
"o cinamomo floresce em frente do teu postigo.
Cada flor murcha que desce, morro de sonhar contigo."
Ó bardo, eu estou tão fraca
e teu cabelo é tão negro,
eu vivo tão perturbada,
pensando com tanta força
meu pensamento de amor,
que já nem sinto mais fome,
o sono fugiu de mim.
Me dão mingaus, caldos quentes,
me dão prudentes conselhos,
eu quero é a ponta sedosa do teu bigode atrevido,
a tua boca de brasa, as nossas vidas ligadas, sempre!

Adelia Prado

segunda-feira, junho 17, 2013

12º andar

Nem penso no que eles pensam. Agora entendo porque o garoto não suportava as máquinas ferozes. Elas vivem podando sua criatividade e impondo sentenças medíocres para fins lucrativos. Sim, eu já sabia disso. Mas a gente sempre tenta mascarar a realidade. É como o botão que falta na camisa. O botão falta e você sabe que a camisa vai continuar servindo mesmo assim. 
Ele disse vem. Não fui. E os azulejos permaneciam craquelados. Uma menina sorri no 12º andar. Ela olha para fantasmas.  Mas não os teme. Ainda assim, sorri. O relógio da vida vai tiquetaqueando em minha cabeça. Cada minuto pode ser o último! A umidade relativa do ar afeta proporcionalmente os rins. Faz frio. Nem dá pra bater o queixo. No meio da multidão vi seu riso. Vem. Eu fui. Chega o momento em que as fichas caem e percebemos que mesmo sendo poeira cósmica, um instantinho fugaz, seremos sempre estrelas. Nunca aceite nada menos do que o brilho delas. E não são só números, verbas, gastos. E sim sentimentos. Emoções. Honra. Dignidade e Respeito.
E agora penso lógica e racionalmente como nunca havia feito antes.
Basta de empresas sanguessugas, de políticos corruptos, de mulheres malvadas, de um governo que não investe no que importa, de homens cretinos, de gente que rouba, de impunidade. Basta! 
É hora de arrancar a camisa, esteja ela com ou sem botão. 

domingo, junho 16, 2013

sábado, junho 15, 2013

I should have know

I should've know: look at the shape you're in
I should've know...

sexta-feira, junho 14, 2013

Por um Brasil com mais vinagre

Foto: Daniel Marenco
Eu sou contra os vidros quebrados. Mas a favor das ruas tomadas. Não tolero patrimônio pichado. Mas  gosto muito dos criativos cartazes nas manifestações. Vejo a o quebra-quebra com desdém, mas a voz em uníssono do povo, isso vejo como um novo hino nacional. Gracioso e encorajador. "Sem violência, sem violência" - e isso não sai da minha cabeça. 
Fico pensando cá com meus botões: ainda bem que começamos a reagir. Me chateava essa inércia que nos toma o corpo e a mente todos os dias. Precisamos sim, sair para as ruas. Elas são de fato a nossa arquibancada, no dito país do futebol. E isso, esse rótulo cretino, é o que mais me envergonha. Não tenho nada contra o futebol. Gosto muito dele. Acho importante a prática esportiva e vejo como lazer e diversão para os que torcem. Mas exportar um país como "o do futebol" me irrita. E não é de agora. Poderíamos ser o país das descobertas científicas, o país do rocknroll, o país da natureza, da floresta mais linda do mundo, da literatura, da medicina, da liberdade, das artes plásticas, ou simplesmente sermos o "país sem corrupção". E é aí que entra essa massa que começou - em Porto Alegre - a tomar as ruas. E que agora, se espalha. E tem que se espalhar, espalhar, espalhar e espalhar ainda mais. 
Marchas pela maconha, das vadias, do orgulho gay sempre estão lotadas. E agora nossa marcha também toma proporções. E não, ela não é apenas por 0,20 centavos. Não. Essa marcha, é de quem cansou de pagar imposto e não ter retorno. É de pagar pelos maus serviços e saber que parte dos tributos vão financiar a corrupção. São tantas obras acontecendo, e nenhum hospital cresce aos nossos olhos. Ao contrário. São estádios, avenidas, viadutos, árvores podadas, a cidade se desenvolve (que bom)! E falta exatamente um ano para ficar perfeita aos olhos do mundo. Mas e essas notas fiscais com muitos e muitos zeros que pagam as obras, quem as vê? Onde está a transparência da Copa? Será que em 5 anos vamos descobrir um esquema de corrupção que aconteceu em 2012/2013 nas capitais que seriam sede dos jogos?! Será que os jornais vão estampar o novo valerioduto? Teremos mensaleiros?! Cuecas e calcinhas cheios de dinheiro do gramado estilo Fifa superfaturado?!
Sinceramente, não sei. E quero que isso não aconteça.
Mas nos últimos anos essa mesma população e essa juventude que saiu para as ruas acompanhou tanto escândalo que finalmente começou a dizer: BASTA! Não quero pagar mais por um serviço ruim. Não quero empresas lucrando e inflacionando tudo anualmente, sendo que meu salário não muda nada em um ano.
Estamos chegando no nosso limite. E isso é bom. 
Mas o Estado, que se diz democrático, não gostou disso.
Vide o episódio de São Paulo. A imprensa foi atacada com balas de borracha. Bem nos olhos de quem registra tudo. Quem estava trabalhando, foi agredido. Spray de pimenta. Um click. E o ato lembrava os duros tempos da ditadura. Jornalistas presos. Por tentar evitar os efeitos do gás lacrimogêneo. "Abre a mochila, abre a mochila". 
Ficamos com medo? Que nada! 
Pois que a polícia saiba que nós não escrevemos com as mãos, com os olhos ou a boca. Ledo engano.  Daqui para frente, teremos, queremos e noticiaremos um Brasil com mais vinagre. Em bolsas, mochilas e afins.  
Foto: Internet/2013

quinta-feira, junho 13, 2013

- Cada um dá aquilo que recebe?!
- Não.
- Cada um dá o que tem. E uns tem tão pouco...

(...)

E eles se olharam e chegaram a conclusão mais sábia daquela noite.

quarta-feira, junho 12, 2013

Morena, crespa e rouca...

Essa é pra ti, garoto!

domingo, junho 09, 2013

Para as minhas morenonas lindas...

Lembra nós, Cibele e Andressa!

sexta-feira, junho 07, 2013

segunda-feira, junho 03, 2013

Mais uma descoberta

Pra quem gosta de Folk e Alternativo...

sábado, junho 01, 2013

Lei Seca virtual

O bêbado virtual, mais frequente na madrugada, tem um único objetivo: achar uma bêbada virtual. Que nem sempre está bêbada, diga-se de passagem, pode apenas estar insone aquela hora da noite. Pode ter acabado de chegar do plantão, ou ter visto um minissérie com a mãe ou  pior ainda ter dado de mamar a um bebê. Mas essas coisas o bêbado virtual releva porque afinal é uma fêmea, uma caça qualquer à disposição. E ele, confia no seu taco. É ai que a Lei Seca deveria se estender ao mundo virtual. Não é possível que os bêbados continuem a transitar livremente pelo Facebook. Para a sua própria segurança, deveriam ser interditados.  Não precisaria de bafômetro. Nesse caso, o bêbado ao invés de enrolar a língua enrola mesmo os dedos. E dedilha tanta merda. Surgem "hahahas" fora do lugar, links repetidos de outras cantadas, insinuações, "hummms" excessivamente longos, tergiversações surrealistas, haicais involuntários, vírgulas e todo estupro que a língua portuguesa pode sofrer. Os menos cretinos pelo menos não fazem "declarações de amor", porque o bêbado arrisca primeiro na  questão fisiológica "da coisa" para ver se cola. E se colar, coitado! Afinal, ele só conseguiu uma desesperada do outro lado da tela.