Coisa boa é invadir de graça, sem disfarce e ficar plenamente infliltrada no meio da torcida deles. Pensei que aquele jogo seria dos bons. Quando decido uma coisa sigo até o fim, até a pé, pro que der e vier. Na chegada caminhando a passos largos com uma amiga, mesmo crespa e de óculos encontrei conhecidos, velhos colegas, todos admirados com a mosqueteira passando batido entre o turbilhão rival. Mas o crachá e as credenciais davam ar de respeito, de outra prática desportiva. Podiam pensar que eu estava no lugar errado, até quiseram minha atenção com chamariscos e num engraçado moça da Formula 1 (Ahn, quem me dera ser Nicole). Mas não, entre todos colorados, meu coração, atenção e olhares já tem dono. Dois. Um por força genética. Outro por escolha sentimental. Vá entender! Mas eles, os meus dois amores não estavam em jogo. Quem estava era o amor devocional, aquele amor furioso, pelo Imortal. E bastou eu entrar nas arquibancadas pros 11 caras do meu time flutuarem em campo. Vaias alheias. Risos internos. Bola rolando. A pressão era dos adversários, eu estava contida. Resmungando. A chuva apertou. Era um sinal. Um bom sinal. O que mais me fazia parar e pensar não era a jogada dura dos atacantes rubros nem mesmo o meu meio de campo evasivo. Não. Era a torcida alheia. No jornalismo já mostrei essa mesma torcida entusiasmada, festiva. arrogante. Mas num dia de clássico, ela estava apagada, quieta, letárgica. De um lado ouvia apenas o agito da popular. Mas o entusiasmo e o barulho como de uma escola de samba estava bem perto de mim, com o fiel povo da Geral. Eles não pararam nos 90 minutos de jogo. Já os expectadores da outra, estavam quietos, silenciosos, only watching, you know.... Perderam o mojo ou seriam sempre assim bunda moles e admiradores de um futebol balé?! Bom, nós não, aqui do lado da Azenha, somos mais truculentos, aguerridos, vai ver é por isso que temos um exército tricolor. Cheguei a uma conclusão franca: "eles podem até ter um baita time, mas nós, só nós temos, indiscutivelmente, a MELHOR torcida". Intervalo. A chuva forte fez todo o povo correr pra copa. Fui junto. Voltamos pro mesmo lugar, debaixo de um pau d'agua daqueles. Cabelos, roupas, tênis, tudo molhado. Olhei pro lado e disse: vai valer a pena esse banho de chuva. E nooooooooooossssa, como valeu. Metemos dois golaços de cabeça neles. E agora? O que faria eu? Sentada com os inimigos? Como comemorar cada rede balançada??? Da maneira mais agressiva possível, oras...com xingamentos. E claro, eu nunca xinguei alguém com tamanha euforia e felicidade no mundo. Eu pulava sozinha chamando o meu jogador de FDP...foi hilário e renovador. A chuva, os gols, a vitória, ficamos de alma lavada. E sabem, não me importa ser campeã de tudo, porque eu só vim ao mundo pra sentir o gostinho de ganhar deles, e o melhor: dentro da casa deles. É, nosso salão de festas, definitivamente, merece uma reforma - pra como sempre - bem nos receber. =D
5 comentários:
LÁ LÁ IÁAAAAAA
LÁ LÁ IÁ LÁ
LÁ LÁ IÁ
LÁ IÁ
LÁ IÁAAAAAAAAAAAAAAAAAAA
DEMAIS!!!
Arrogância sempre foi coisa dos tricolores ("Crioulo não joga no nosso time!"). Talvez agora estejamos ficando um pouquinho arrogantes, afinal estamos por cima nas discussões desde 2006. (Alguém aí caiu pra série B uma vez? Duas vezes?)
Mas parabéns pela vitória lá no nosso estádio, que realmente está precisando duma reforma. Ao contrário do de vocês, que pelo jeito tá precisando vir abaixo... (Teus dirigentes que tão falando isso, não eu.)
Te amo, sua hooligan!
Chora macaquinho,chora...
beijos da Hooligan!
Modesta, querida! Adóóóóro! Fama? Menos, menos...
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