Não me venha falar da furtividade dos beijos. Dos instantes perdidos. Do que não deveria ser. Por onde passo escuto histórias assombrosas. Não tenho medo do passado. Arrisco mesmo meu futuro. Vivo pelo todo. É engraçado perder e não resignar-se. Tem gente que ganha pelo cansaço. Mas sei que não é preciso um jogo baixo. A vida é tão pequena. Nascemos, crescemos e deu. O que deixaremos? Um projeto. Uma casa. Uma mobília. Um coração sangrando. Uma memória. Tudo vai e vem. Tenho sonhos malucos. Faço até compras neles. Gosto do oposto. Gosto. A diferença entre um casal é o que os torna tão apaixonados. Ninguém vai amar o que é igual a si mesmo. Vai amar o que não se tem. Vai amar os gostos estranhos, a profissão diferente. Os defeitos. Como dizia La Lispector: Até cortar os próprios defeitos pode ser perigoso. Nunca se sabe qual é o defeito que sustenta nosso edifício inteiro. Pois é. Tolere. Tudo é tão delicado. Somos cristais. Rachamos.Trincamos. Mas quando quebramos é difícil voltar a pureza nobilíssima de uma pedra preciosa. Por isso, guarde bem seus tesouros. Nunca se sabe quem vai sair do convés.
2 comentários:
Cê é demais, garota.
Belo texto, Pre!
Adicionei seu blog aos meus favoritos e virei aqui mais vezes.
Convido-a a conhecer o blog Jazz + Bossa (acho que você gosta de música, porque vi um vídeo da Norah Jones).
O endereço é www.ericocordeiro.blogspot.com
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