Dai eu paro e penso: Você não percebe? Você já reparou? Mas lembro que um dia alguém escreveu assim "A minha vidinha ia muito bem até que....".É eu sei. sentou na graxa irmão. O roteiro é quase sempre o mesmo. Mudam os personagens. Os finais nunca são felizes. Tem que ter aquela voracidade de Nelson Rodrigues e evitar os horrores do dia-a-dia. Mas no momento que cair a ficha, já eras. Espero que não seja tarde. Espero - sim - que tudo evolua. Que não seja filme. Mas sim livro. Pra se escrever a duas ou quatro mãos. Mas não, que o mundo não se preocupe em me levar a sério. Levem apenas as minhas reportagens a sério. Preocupe-se apenas em continuar sendo o que você é. Eu gosto de ser quem eu sou. Gosto oras. Da minha ternura escondida. Do desejo contido. Do senso ético. Do moralismo. Do meu consumismo que, na verdade, não é um mero consumismo, mas um fascinio sincero e incontrolável pela cultura pop que nos abraça. Do meu egocentrismo. Da mania de implicar comigo mesma. Dos dentões branquinhos. Da melanina. Do meu amor pelo que é bem feito - seja um café, seja um livro, seja uma canção. Da mania de me dar rosas semanalmente. Do meu respeito pelos mais velhos. Da minha visão de justiça. Do meu conceito de belo. Dos acessos de raiva misturada com um "no fundo eu gostei". Do meu resmungar matinal. Do ciuminho infantil. Dos palavrões e chavões e coisas que eu falo que soam como poemas. Dos pedaços de chocolate e dos goles de coca cola. Isso tudo é uma grande felicidade. Uma felicidade só. Uma felicidade minha.
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