terça-feira, junho 01, 2010

San Paolo S.A

Não consigo definir um aroma. As ruas não tem essa peculiaridade. As cores se repetem entre o cinza, o bege e o moderno e hi-lo nude. O concreto impera. Não é preciso muito para estar por aqui. Existem milhões de lugares, coisas, pessoas, e mesmo assim, o sentimento é de solidão. Não vejo amigos pelas ruas. Amigos são aqueles que vem do interior ou de outras cidades. Em São Paulo não há amigos. Apenas conhecidos. A rua ferve. Estou nos pulmões da metrópole. Augusta, Paulista, Haddock Lobo, Bela Cintra e Oscar Freire. São minhas companhias de batidas matinais. Visito igrejas e lojinhas. Sebos e restaurantes temáticos. A vastidão paulista me preenche. O trabalho é exaustivo. Ser repórter em São Paulo é ter muita paciência por causa da merda do trânsito e ter muita humildade para aprender, afinal estou do lado de quem sabe muito: Paulo Henrique, Azenha, Dornelles, Ana Paula...Fora do império televisivo, vejo a vida com um high definition que é só meu. A noite as luzinhas da cidade parecem lamparinas natalinas, sempre brilhando, brilhando. Hoje experimentei mais um clássico : o famoso sanduiche de pernil do Estadão. Sensacional, toda viagem tem sabores maravilhosos. Já ganhei um apelido que carrego no peito com tanto - "tanto"- orgulho: Gaúcha. Sou de outro país, é claro. Da República Cisplatina do Pampa. Uma coisa bem uruguaia se é que vocês me entendem...(pausa poética).E não é que para não me sentir tão sozinha, uma semana depois de chegar ao centro do país, o frio pampeano, de ranguear cusco, veio me visitar. A única coisa familiar por aqui é o barulho do vento e a sensação térmica de 10 graus.

Um comentário:

Queen Mob disse...

LINDO TEXTO PREE, DESCREVEU MUITO BEM A ATMOSFERA PAULISTANA:-). BEIJOS SAMANTHA