terça-feira, maio 15, 2012

Branquíssimos

Me diziam: parecem marfins de elefantes africanos. E eu sempre acreditei. Mesmo não me impressionando facilmente. O problema é que reparo em tudo. Tudo mesmo. E nessas observações tão atentas já  cheguei a conclusão de que só a inteligência é afrodisíaca. Ah, tem o humor - é claro - afinal, ele é a última trincheira de resistência à chatice que o mundo moderno nos oferece.
Na babilônia de asfalto e cimento não é diferente.
Vejo todos. Sento do lado direito dos táxis.
No lado esquerdo das viaturas.
E na frente dos que me interessam.
Gosto do estilo, das ruas.
Dos jovens, dos loucos.
Menos dos solitários.
Ahhh...
Convescotes?
Não sei. Lá nas minhas bandas é diferente.
E o problema não é o tamanho.
Grande mais, barulhenta demais.
Não!
Tem vezes que me sinto um restaurante vazio.
Mesas postas, pratos brancos.
Guardanapo dobrado no capricho.
Sempre na espera de alguém que nunca chega.
Não achei vinho orgânico. Ainda não cheguei nos redutos mais interessantes.
Não vi nada.
E apesar do tempo, do trabalho e da solidão, gosto de rir.
E como!
E até agora a única coisa que me impressionou ou será que assustou?!
Foi o riso.
1,2,3
Plim-plim
É que o deles era branco, puríssimo.
Propaganda de dentadura.
Devem gastar muito tempo
Ou até mesmo o pouco que resta
Na cadeira do dentista.

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