Diz o ditado: filho de peixe, peixinho é, mas nesse caso, irmão de peixe salmão é. Parteum, irmão mais novo de Rappin´Hood demorou para ingressar no mundo do rap, mas a demora valeu a pena. O cara simplismente garante a diferença e cria um estilo próprio em seu disco de estréia.Raciocínio quebrado é um daqueles cds que de prima você não entende o que está acontecendo, mas que na segunda “ouvida” já morre de amores por ele.
Fábio Parteum era skatista profissional até meados dos anos 90, residindo até na Califórnia, em um período que tentava se estabilizar no circuito mundial do esporte. Porém, Parteum sempre esteve envolvido com a cultura hip hop e o rap. Em 2004, quando retornou ao Brasil, ele fundou o Mzuri Sana, grupo de rap underground.
Parteum criou um estilo próprio o que define-o como um rapper de vanguarda, à frente de seu tempo. Livre para criar o que bem entende, Parteum fechou contrato com a Trama e provou ser tão bom quanto o irmão, fugindo dos clichês do rap.
Costurando as faixas com vinhetas e instrumentalismos bárbaros que remetem da música eletrônica ao drum´n´bass. Com bases ultramodernas e um certo sincronismo às avessas, Parteum consagra-se como um dos melhores frutos do Rap nacional.
Entretanto, a maior diferença de Parteum está em seus temas. Fugindo da pobreza, violência e do preconceito, ele escapa com maestria dos assuntos batidos, até porque teve uma vivência bem diferente da de outros mc´s: fez faculdade, morou nos States, conviveu com gringos e todo o tipo de gente fora das periferias e ouviu outros sons. Na bacana “ Tudo ainda pode ser” ele inicia o refrão com a máxima: “ a única polícia que eu escuto tem o Sting no vocal”..bá, vocês querem coisa melhor?!?! Uma baita referência dessas ao grupo inglês – e um dos meus favoritos – The Police.
Sendo diferente, e até mesmo engraçado em suas rimas, Parteum é o bom humor e o talento...pouco existente nos mc´s de rima pop de hoje em dia.