Era 3 de janeiro. Pós réveillon. Pensei que a estrada estaria vazia. Ledo engano. Kilometros e muitas horas de congestionamento na que seria a salvação do veraneio gaúcho: BR 101. Carros ao lado pegavam a via expressa dos apressadinhos, nós - seguimos a regra - e ficamos na fila indiana. Estávamos ouvindo rocknroll, uma coisa Pearl Jam, acredito. De repente, ainda no estado vizinho, próximo ao km 306, algo acontece. Era horário de verão. Às 14 horas e 23 minutos toca meu celular, o nome que piscava é o de uma das melhores amigas DA MINHA VIDA (isso - assim - em caixa alta mesmo), mas a voz no telefone era do marido dela. Estranhei.
- Alô, oi, feliz ano novo, Pri!
- Pra ti também, Di.
- Tá sentada?
Nem pestanejei e gritei:
- Aiiii, meu deus, tá grávidaaaaa!!!
Gritei mesmo, com a certeza que só os amigos tem nessas horas. Diego deu uma das clássicas risadas e disse: espera ai...ela fala contigo.
Caiu a ligação.
Meio minuto depois ela liga de novo. A voz risonha, ainda assustada assumia a felicidade. Essa foi a primeira grande manchete de 2011. A primeira grande alegria do ano. A primeira esperança de uma nova vida.
Os meses se passaram.
Acompanhei tudo ali, de camarote. As dores, o peso, a falta do cigarro e da cerveja, ahhh a cerveja (pausa dramática), os ataques hormonais, os talinismos (aliás, foi até criada uma nova expressão na língua Portuguesa), os pés inchados, a preparação do quartinho, os jantares entre casais, a Erdinger, a casa nova, as fotos, o chá, os chutinhos, e, de repente, numa manhã - no meio da pauta - toca mais uma vez o meu celular. Adivinhem se a história não se repetia logo no dia 3 de agosto?!
Exatamente 7 meses depois da descoberta da gravidez!
Foi uma alegria imensa saber que o meu afilhado resolveu nascer assim: sem avisar ninguém, de sopetão, 15 dias antes do esperado. Liguei pro Vinicius, corri pro Moinhos de Vento e ansiosa esperei, esperei, esperei. Até que surge aquele amigão desengonçado, sorrindo com um pacote de cobertas nos braços. Não dava pra ver o neném. Mas assim que a enfermeira desembrulhou o pacotinho e colocou no berço aquecido um bebê todo lindo e peladão... eu... ah eu só tinha olhos para ele:
Joaquim!
3,120kg. 49 cm. Grande, moreno, cabeludo...lindo!
Ficamos vidrados naquele neném que tinha acabado de sair da barriga da mamãe.
Foi mágico. Todos ficamos numa espécie de paralisia do encantamento. Percebemos que o nascimento é a mais simples celebração da vida. É a maneira que temos de deixar o que há de melhor na gente para o futuro. Esse, meus caros é em definitivo o grande "sentido da vida": trazer para o mundo o melhor de si na forma humana, através de um filho.
Parabéns Taline e Diego.
E que o meu lindo príncipe Joaquim seja muito bem vindo!!!
A dinda AMA vocês!
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