Ainda não consigo me acostumar com o vazio. Até a sombra dela me faz falta. Nada é a meu favor. E eu tenho essa dor, que não abandono, não fujo dela. É silenciosa, invisível. A dor. Essa dor é minha, só minha. É uma dor analfabeta, arrivista, que mostra o quanto a própria palavra pode se fútil e desnecessária, o quanto os planos podem nos contrariar, o quanto somos inexplicavelmente insignificantes. Agora eu tenho uma cama desocupada em mim, um armário desocupado em mim, uma casa desocupada em mim, um riso que não vai conseguir ultrapassar a outra metade que a dor ocupou. E isso, eu sei, vai durar para sempre.
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