É bizarro e triste ao mesmo tempo. Mas tem alguns dias que doem mais que os outros. Claro que há explicação óbvia e sintomática para isso. Basta entrar em um lugar que você ia com alguém, um momento que era dividido a dois, ou três, ou mais pessoas. Uma rotina que não era diária, semanal ou mensal. Era como uma data festiva, um feriado programado. Um dia que não é igual aos outros, mas que faz parte da história da sua vida. Foi assim no dia 3 de outubro. Domingo dolorido. Cansativo e saudoso. Costumávamos caminhar de mãos dadas, cinco ou seis quadras, a gente ria da mesmice das ruas, dos carros estacionados, quando chovia o Corsa nos salvava, ela preferia o turno da manhã, eu o agito da tarde. Sempre gostei de política e sempre batíamos cabeça entre as reacionárias convicções conservadoras dela e o meu utópico desejo por mundo mais justo. Tudo era muito mais alegre e colorido. Agora percebo o significado da palavra "nunca". É saber e ter de viver sem a pessoa que você mais AMA por perto.
Pelo menos meu coração ficou reconfortado com uma nova, iluminada e apaixonante presença. Ele, sem saber, tornou meu dia menos infeliz. Me fez companhia em apenas duas horas. As duas horas que valeram por todo um dia
3 comentários:
Quero estar contigo em todos os momentos que tenham até as mais remotas possibilidade de causar-te tristeza. Para que eu possa ao menos tentar te fazer sorrir, o sorriso mais lindo do mundo.
Te amo, meu amor!
Pra sempre!!!!
Para Sempre (Drummond)
Por que Deus permite
que as mães vão-se embora?
Mãe não tem limite,
é tempo sem hora,
luz que não apaga
quando sopra o vento
e chuva desaba,
veludo escondido
na pele enrugada,
água pura, ar puro,
puro pensamento.
Morrer acontece
com o que é breve e passa
sem deixar vestígio.
Mãe, na sua graça,
é eternidade.
Por que Deus se lembra
- mistério profundo -
de tirá-la um dia?
Fosse eu Rei do Mundo,
baixava uma lei:
Mãe não morre nunca,
mãe ficará sempre
junto de seu filho
e ele, velho embora,
será pequenino
feito grão de milho.
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