segunda-feira, abril 30, 2012

Uma correspondência pode trazer saudades.

terça-feira, abril 24, 2012

Eu ainda nem acredito


Ele mesmo, Robert Zimmermann, ali pertinho....é hoje!!!

terça-feira, abril 17, 2012

segunda-feira, abril 16, 2012

terça-feira, abril 10, 2012

Descemos quietos

Despretensioso.
Curto.
Inexpressivo.
É isso. Isso que posso dizer dele.
Tudo aconteceu numa fração de segundos.
Foi de repente.
Depois de 28 anos e 8 meses.
Ele tinha que aparecer.
De relance.
Quebrando toda a minha história.
Talvez mudando o rumo da minha vida.
Era como uma afronta, uma humilhação.
A primeira vez?!
A do primeiro sentimento de raiva.
Que seria uma mistura de susto com perplexidade.
Foi quase um pesadelo.
Nos cruzamos no elevador.
Frente a frente.
Olhos grudados no espelho.
Não acreditando que aquilo estava acontecendo.
Ele e eu.
Eu e ele.
Não estávamos sozinhos.
Tentamos nos controlar.
Eu mais ainda.
Essa fúria espartana louca para se tornar realidade.
Mãos firmes.
Térreo.
Descemos quietos.
Ainda em choque.
Algumas horas se passaram.
Tentei esquecer do assunto.
Voltei. Pensei que nunca mais o veria.
Ledo engano.
O raio caiu duas vezes no mesmo lugar.
Eu entrei no elevador.
Ele comigo.
Mais uma vez.
Ele e eu.
Eu e ele.
Decidi tomar uma atitude.
Aproximei meu rosto ao máximo.
Fitei o espelho.
Não acreditando no que via.
Forcei a retina.
Subi as mãos.
Como se estivesse sendo assaltada.
A surpresa me embasbacou na primeira vez.
Mas naquele momento foi diferente.
Tomei coragem.
Movimentos bruscos.
Um busca certeira.
Olhos como se fossem lupas.
Dedos rápidos e uma confirmação..
Aquilo era ele.
Ele mesmo.
O meu primeiro (e mísero) fio de cabelo branco.

segunda-feira, abril 09, 2012

Bom dia, tristeza

Em desacordo.
O silêncio.
A quietude branca.
O sofá vazio.
Era feliz.
Haviam flores.
A espera infantil de uma presença.
A ciência.
O sentimento.
Há eu.
Aqui.
Repito.
A palavra amor.


quinta-feira, abril 05, 2012

A finlandesa


Sou uma ex-motorista. Não, não é bem isso. Não sou "ex" como se é ex-mulher, ex-presidente, ex-madrinha da bateria. Na verdade, nunca ocupei o cargo. Tirei a carteira, dei umas voltinhas, suei frio na Ipiranga uma meia dúzia de vezes e desisti. Tirei meu calhambeque da chuva. Não é pra mim. Tchau. Fui. 

Dizendo assim, "e desisti", parece que foi fácil. Não foi. Admitir o fracasso, resignar-se a ele, foi uma pedreira existencial. É duro dar marcha a ré em uma decisão. Custou noites e noites de sono e um fio de cabelo branco que eu batizei de "primeira marcha". Amigos e parentes motoristas, generosamente, fizeram preleções de todos os tipos para me convencer a continuar tentando. O tipo motivador: "Vai em frente, guria. Isso é moleza pra ti". O tipo exemplar: "Eu era bem assim no início". O tipo solidário: "Eu dou umas voltinhas contigo". O tipo autoritário: "Nem se atreva a desistir agora, sua biltre". 

Diante do fato consumado, porém, fez-se um inesperado silêncio. O pior tipo de silêncio: o de piedade. Como se estivesse claro que eu tinha uma disfunção motora grave, um bloqueio psicológico oculto, uma fraqueza de vontade vexatória. Olhavam e inclinavam a cabeça pro ladinho. Alguns suspiravam. Mas mesmo me sentindo da altura de um pára-choque de Fuca, segurei o tranco. Quem disse que eu não tenho força de vontade? Cheguei ao inacreditável paradoxo de me orgulhar da minha coragem para abraçar o fracasso. Inventei o fracasso triunfante. 

É verdade que eu não levo muito jeito pra coisa - fazer o quê? Até para regar canteiro é preciso técnica e uma certa manha. Mas o que definiu realmente a partida não foi (apenas) a minha falta de talento. O que mais me incomodou foi o climão geral do negócio, a "vibe" - as manobras desnecessariamente arriscadas, a impaciência, a violência implícita no processo todo. Cheguei à conclusão de que eu queria incluir isso na minha vida tanto quanto eu gostaria de acompanhar a próxima temporada do campeonato mundial de boxe. Não, obrigada, fica para a próxima encarnação. 

Será que estou exagerando? Será que isso é só desculpa para justificar o meu fracasso triunfante? Pode ser. Mas a excelente reportagem sobre violência no trânsito me deu alguns bons argumentos. A jovem finlandesa que percorreu algumas das zonas mais congestionadas da Capital e se chocou com a selvageria do trânsito gaúcho disse tudo: "Eu não conseguiria dirigir aqui". Viram? Bingo! A solução pra mim é mudar para a Finlândia. Ou continuar filando carona. 

Claudia Laitano -  que assim como eu detesta dirigir!

quarta-feira, abril 04, 2012

Fora de forma

Não sou eu, nem você. A história de hoje é de uma gata pra lá de charmosa. Gordinha é a onça que todos querem ver no Zoológico de Gramado. Também pudera, é desengonçada e muito preguiçosa. Aliás, o GramadoZoo é um passeio e tanto, quem nunca foi, deveria visitar! 

Essas bandas com "black" no nome são tão boas