terça-feira, abril 30, 2013

O magnético

Percebi a importância dele ainda na adolescência. Fui questionar a família  e descobri que foi por causa dele que vocês me chamam assim: Priscilla. Meus pais eram fãs de rock, para minha surpresa - descobri  agora - na idade adulta. Ela, a bailarina. Ele, o hidrólogo. Dois mundos diferentes, mas que com a convivência foram percebendo as semelhanças. E a música era uma delas. Foram a shows. E também tiveram uma juventude ao som do melhor que o mundo da música poderia oferecer:  Beatles,  Rolling Stones e ele - o Rei do Rock - Elvis Presley.

De couro é para matar a Wonder moça aqui...


Ainda menina eu ouvi muito "Kiss me quick" (a música favorita do meu pai) e Suspicious Minds (a 'fave' da mamãe). Com o advento do dvd ganhei uma coleção com shows e vídeos do Elvis e desde então ele entrou na minha vida com intensidade. Mas agora, em 2013, eis que pela primeira vez assisti um "The Elvis Tribute" - com o cover mais foda do cara. Foi uma experiência maravilhosa. Um espetáculo de dança, voz, música e homenagem. Foram quase 2 horas com as músicas que fizeram dele, mesmo trinta anos depois, o artista solo com o maior número de hits nas paradas mundiais, e mais, ele é o maior recordista em vendas de discos até hoje (ui). E foi ali, na confortável cadeira do teatro que percebi: nossa o cara é O CARA! Fico imaginando as pessoas que viram o verdadeiro. E ao ficar na internet assistindo os velhos registros dele (viva a televisão e o cinema que eternizam TUDO) cheguei a uma conclusão. Elvis não tinha só carisma, potência vocal e um rebolado de cair o queixo. Não, ele era mais que aquele rapaz com o rosto de traços perfeitos e roupa de couro. Ele prendia, hipnotizava. Ele era - definitivamente-  magnético.

Aqui um show completo, já nos anos 70, mais tiozão!



E que toda Priscilla tenha um rei.
A do Presley, foi rápida, teve o do rock. ;)

segunda-feira, abril 29, 2013

domingo, abril 28, 2013

quinta-feira, abril 25, 2013

terça-feira, abril 23, 2013

Se eu fosse inglesa, loira e cantora seria ela, certo..



See I...
I should've been a little bit stronger
I should've been a little bit harder
I should've been a little bit tougher
I should've been a little bit smarter
I should've been a little bit rougher
I should've been a little bit stronger
I should've been a little bit faster
Away from you baby
Away from you

I made it on my own
Now the feeling's gone
It's so gone!

segunda-feira, abril 22, 2013

You had me



Hey listen you’ll be missing
Out on all my love and my kissing
Make your mistakes on your time
When you come down
You’re just no good to have around

domingo, abril 21, 2013

quarta-feira, abril 17, 2013

E eu tinha me esquecido como gosto desse reggae...


De todos, esse é o filho mais foda do Bob!

terça-feira, abril 16, 2013

As pequenas gentilezas do caminho

Corro desenfreadamente. Todo dia. Celulares não param. Odeio a solidão das refeições sem família. E família pra mim são dois. Duas casas não são lares. São viagens. Minhas crianças crescem rápido e como são lindas. Até nisso, na infância, beleza é fundamental. Já diria o velho Vinicius. Ah o meu não é poeta e sim iconoclasta. Trabalho. Tenho aventuras. Histórias. Equipe. Mas é quando estou sozinha, ou lado de outras pessoas da família que acontecem aqueles momentos de rubor. 
Meio dia, sol tinindo na cara. Corro, as usual. Campo de visão reduzido e mesmo tendo olhos de jaboticaba o sol franze a minha testa como se houvessem límpidas córneas azuis acima deste nariz.  Ela devia ter uns 75. 80 anos no máximo. Me abraçou. Parabéns, minha filha. Parabéns. Aeroporto vazio. Domingo. Aperto no peito. Um carrinho se aproxima - pára - grita a mulher. Fico até assustada. Beijos e um abraço apertado. Daqueles carinhosos (e calorosos) mesmo. Fiquei meio sem ter o que dizer e ela saiu dizendo: lembra de mim? 5ª série? - Ah, como é bom encontrar uma professora que foi símbolo de uma educação feliz. Te vejo na TV, mas quero aqueles cabelos crespos de volta, guria. Eu também. E como.  
Supermercado. Páscoa. Ovos sob nossas cabeças. Meu pai surtando com o povo e eu só queria fazer compras tranquilas. Deixa eu tirar uma foto contigo - num tom impositivo. Oi?! Te adoro, aos gritos. Mas não sou artista. Sou jornalista. Não interessa. Meu pai enche o peito. Rio. Strike a pose. Centro da cidade, 19h, entro no ônibus. No primeiro banco um vovôzinho. Desses de cabeça toda branca como algodão. Mal olho pro lado e ele diz: te assisto sempre. Aliás, tô indo pra casa agora te ver as oito e meia. Sou teu fã! Continua assim, menina. Os passageiros me olham. Agradeço constrangida. Mas ao sentar no banco eu penso: é de quem a gente menos espera que surgem as pequenas gentilezas do caminho. 

segunda-feira, abril 15, 2013

O som ao redor



Recife, berço da bárbara civilização brasileira. Num bairro que sintetiza o Brasil, ilhas de luxo em meio ao oceano de favelas. Empregadas domésticas, mulheres negras, lavam as roupas, passam o café na hora certa, são pontuais na faxina. A riqueza hereditária acolhe as novas gerações de patrões. Enquanto cada um cumpre suas funções cotidianas, entre ordens, favores e gestos cordiais, há uma tensão subterrânea que cresce, um susto que está por vir. Por isso, mais câmeras de segurança, alarmes, medo, grades elétricas, luzes automáticas, sensores de movimento, mais tecnologia antipânico e novos guardas noturnos particulares.

No primeiro longa-metragem de Kléber Mendonça Filho, o bairro de Setúbal é o protagonista. Cresceu rápido, vertical e paranoico. Foi habitado pela típica classe média alta conservadora e por uma aristocracia rural que se reinventou na cidade. Francisco é o proprietário de quase todos os imóveis de alto padrão da região. Melhor dizendo: senhor Francisco. Ele é também proprietário de um engenho decadente no interior, onde passa a maior parte do tempo. Seu neto, João, trabalha como corretor dos apartamentos do avô, odeia o que faz e está empolgado por causa do novo romance com Sofia,

Quando João e Sofia decidem visitar seu Francisco no engenho, encontram um cenário de ruínas do antigo complexo açucareiro: um cinema antigo, máquinas invadidas pelo mato, a casa-grande, a senzala e os passos do andar de cima. Revisitam o passado imperial. E no meio de um refrescante banho de cachoeira compartilhado pelos três, embaixo de uma densa massa de água que cai pesada e gélida sobre seus ombros, vem a cena-chave do filme: num piscar de olhos, a água se transforma em sangue, vermelho vívido. São poucos fotogramas. João é encharcado pelo sangue que construiu a riqueza do avô. É uma pista para explicar a violência latente da vida contemporânea. O escravismo está entre o passado e o futuro. Sofia, que também já morou no bairro. Maria, a empregada doméstica que serve a casa de João, viu o menino nascer. Ele é gentil, íntimo e preocupado. Brinca com as netas da empregada, é cuidadoso com a filha, também empregada, que às vezes vai substituir a mãe. É como se fossem “da família”. A pobreza, como a riqueza, também é hereditária. João é decididamente cordial. Aliás, é um exemplar do “homem cordial” de Sérgio Buarque de Holanda no século XXI, que trata as relações de exploração por meio do afeto. Ele é o eixo do filme, nos conduz pelas cenas e nos apresenta o bairro e seus ruídos.

Essa cena faz emergir, em frações de segundo, a história subterrânea que sustenta a história visível. É a mensagem forte do filme. Que o clima de medo, de catástrofe iminente, de terrível ameaça, não precisou de uma gota de sangue para se expandir. Precisou de uma cachoeira. Sobre os jovens ombros de João, pesa o passado de seu avô, com seus capatazes e latifúndios. A chave explicativa da violência contemporânea não seria nem a maldade nem o imediatismo. Seria sim uma violência histórica e estrutural, que permeia o cotidiano brasileiro e já está completamente naturalizada. A paranoia securitária que vivemos é diretamente proporcional à incompreensão das elites nacionais sobre as raízes históricas da violência. Mais que isso: a incapacidade crônica dessas elites de enxergar a reprodução da cultura escravista através dos séculos e as manifestações novas por ela assumidas no presente. O escravismo brasileiro como sistema econômico acabou há mais de um século. Mas o som ao redor não deixa dúvidas: o escravismo como fenômeno cultural está vivo, renovado pelos hábitos modernos das elites brasileiras. 

*JOANA SALÉM VASCONCELOS (Historiadora, USP) - Artigo original publicado em Le Monde Diplomatique Brasil  Fevereiro/2013

segunda-feira, abril 08, 2013

A leveza da paz

Mais uma cidade. Mais um hotel. Já são tantos. E tantas histórias. Ele escreve pra ca*****. Sim!
Cada vez mais e melhor. Essa coisa de falar e escrever demais. Matraca humana. Sei bem como é. Deve ser isso. Não há prazer melhor do que ler alguém. Sim, ler alguém. Cada livro é uma pessoa. Mas pouco importa. Dias de chuva. Na alma. Música nos ouvidos. Diga me com quem andas e te direi se vou junto. Leio. Sem parar. O rapaz latino americano continua o mesmo. Não há dúvida.
Ando. E como andei... as milhares de vidas noticiadas por aqui. Mudo. Vislumbro algo que o coração pede. A cortina do quarto 558 tá fechada. Ele poderia ser, ter, crer. E me pego pensando não é possível - e mais fácil - dar um tiro de misericórdia na cabeça de quem amamos? O velho poeta na sua velha roda de girar. Maresia estraga móveis, janelas, eletrodomésticos. E nós,  tão feitos de carne e osso?!  Enferrujamos?! Com aquela cor avermelhada, porosa e velha?! Limpe as arestas, meu filho. Sempre. Seja rápido. Senão...
Aquele mapa dos Estados Unidos aqui na mochila. As estrelas para contar. Os enigmas para desvendar. Bicicletas. Acordes. Aurora boreal. E os caretas com suas musiquinhas, choppinhos, papinhos de trabalho e filhos. Chatice.
(Re)percebi ao lembrar o velho guardanapo de papel. É isso pohan: VIDA!
Naquela noite esqueci de falar uma coisa. Era sono. Bebida. Paixão. Sei lá. Como dizem por aqui: "agora já eras". Remediamos. Ah, a era oposta. Sim garota, quero, agora, já. Segurança. A Revolução Russa e a Ditadura Militar no Brasil. Armas em punho. Pequenos e frágeis revolucionários. Cada um no seu mundinho. Mundanos.
Somos tão tão tão fodas. Tão tão tão fracos. 3,05 é definitivamente um roubo para uma passagem de ônibus. Abandono tudo que me faz mal. Não quero malas pesadas. Agora só bolsos e bolsas leves. 
A leveza da paz. 
Sobra tempo. 

quinta-feira, abril 04, 2013

terça-feira, abril 02, 2013

segunda-feira, abril 01, 2013

Habitudes mentales


"Comme toujours, je suis sauvée par l'incapacité qu'ont les êtres à croire à ce qui fait exploser les cadres  de leurs petites habitudes mentales".