Foi aqui em Porto Alegre, há 28 anos. Era madrugada no bairro Bom Fim onde nasci. Cheguei de susto a um casal já maduro para ter filhos. Mas que mesmo assim me recebeu pra lá de bem. Gostaram tanto de mim que preferiram me manter única. Daí meu temperamento, minha inconformidade, minha relutância ante a resignação. Seria mimo demais? Vai saber... Contam que custei a chorar. Talvez porque, mesmo naquele primeiro sopro de vida, eu já desse sinais de ter gênio difícil, pra não cair no simplismo de dizer que sou furiosa. O bom para, os que me são caros, é que uso essa mesma tenacidade incandescente para defendê-los. E como!
Sou gremista, confesso que à beira do fundamentalismo, mas a compaixão e as aspirações humanitárias me fazem conviver bem com os outros. Livros, doces, flores, música, cinema e outras delícias compõem a base da minha alimentação. Acho que a dança e as artes plásticas são as minhas melhores expressões, além de cozinhar muito bem (pelo menos é o que dizem). Faço yoga, desenho, francês. A vida tem que ter aprendizado. Sou curiosa por natureza. E que natureza! Daquela que pode ser selvagem e mansa, mas que sempre é minha. Natureza que talvez tenha encantando um homem. O meu homem. Aliás, casei e nem falei. A alegria demasiada às vezes precisa ser preservada.Tenho dois filhos, de coração. Helena e Joaquim são as minhas esperanças no futuro. São o que há melhor no termo conhecido com amizade! Meus afilhados, meus amores.
Com essa mistura, a que chamo “priscillismos”, toco a vida de jornalista desde quando ingressei na PUC, há onze anos, sendo que cinco deles já são dedicados à TV. Acho que até antes de me formar era assim. É, porque, mesmo defendendo a exigibilidade de ingresso diplomado na profissão, penso que a gente já nasce mais ou menos jornalista, pensa e age como tal mesmo antes de ganhar a vida dessa forma. Comecei em um estágio em uma assessoria de comunicação do Estado. Um ano depois fui parar na Assembléia Legislativa, onde fiquei três anos como assessora e repórter. Foi ali que surgiu a paixão pela política.
Aliás, é outra coisa estranha essa de gostar tanto de política: eu sempre me imaginei fazendo jornalismo cultural, talvez. Mas a idéia de que o assunto me fascinava se consolidou durante a minha passagem pela editoria de política do Correio do Povo, em 2007. Um pouco depois surgiu um teste para a recém criada TV Record RS. Hoje, sou repórter de rede nacional, falo de tudo e todos, chego cedo, saio tarde. Gosto de contar história, boas histórias. E como todo bom soldado, sou pau pra toda obra.
No final das contas já vendi meu carro, tenho esses dentes bem branquinhos como marfim de elefantes africanos, gosto de esmaltes vermelhos e unhas curtas, perdi a minha mãe por causa de um câncer, meu sotaque é beeeeem de Porto Alegre, adoro jazz, sou consumista sem controle, ensolaro quando chego, tenho mais alma do que calma, amo o Vinicius e procuro um apartamento. Com 3 quartos, sacada, garagem e elevador, por favor!
Um comentário:
Adoro essas tuas postagens, que resumem e contam tudo sobre como tu és. Fico cada vez mais teu fã com isso :)
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