Eu fico aqui pensando no conceito de inspiração.
Meu consciente sempre se recorda daquela máxima que fala que inspiração é mais transpiração do que qualquer outra coisa.
Mas escrever, produzir, pintar, desenhar, compor, criar, me parecem verbos tão distantes do transpiro.
Talvez estejam mais próximos do esforço, da vontade ou até mesmo da persistência.
Nessa mesma época no ano passado eu escrevia com afinco um elaborado e extenso texto pré acadêmico.
Hoje,já na academia, me vejo com a tal inspiração nula, ausente, distante.
É como se ela tivesse se apartado de mim sem dizer adeus.
Apenas partiu.
Será que uns 50 minutos de transpiração na rua, com o vento na cara e os pés nos pedais trariam de volta os ares inspiradores de outrora?!
Será que eu a encontraria na beira da praia? Num grão de areia?
Parte de mim buscará esperançosa por essa tal aclamada força vital de escritores, artistas, músicos e pesquisadores.
Mas enquanto ela não volta, desespero o meu inconsciente com o medo de quem nunca mais verá aquela tão estimada fagulha da criação.
Priscilla, penúltimo dia de janeiro de vinte/vinte.