domingo, agosto 30, 2009

Primeiro Dia

Se eu tenho uma dor, eu não a abandono, não fujo dela.
Quero alfabetizá-la, senão ela corrói as outras lembranças, adona-se do que não é dela, apossa-se das alegrias que a antecederam e das alegrias que estavam por chegar.
Mas há dores analfabetas, arrivistas, que nos mostram o quanto a própria palavra pode se fútil e desnecessária, o quanto os planos podem nos contrariar, o quanto somos inexplicavelmente insignificantes.
Agora eu tenho uma cama desocupada em mim, um armário desocupado em mim, um riso que não vai conseguir ultrapassar a outra metade que a dor ocupou.

sábado, agosto 29, 2009

Comprei uma bicicleta

Assim dói menos.

Devastação

Quanto mais fodido e acabado tu estiver. Mais estraçalhado tu pode ficar.

segunda-feira, agosto 24, 2009

Cruzeiro do Sul

Eu nasci e cresci debaixo das estrelas do Cruzeiro do Sul. Aonde quer que eu vá, elas me perseguem. Estão comigo. No meu corpo. No meu queixo são pequenos sinais que desenham a cruz. É público. Mas só bem de perto os poetas vêem que essas estrelas estão comigo. Debaixo do Cruzeiro do Sul vou vivendo as estações do meu destino. Não tenho nenhum Deus. Se tivesse, pediria a ele que não me perdesse da minha constelação de 5 estrelas. Falta muito o que andar. Afinal, existem luas para as quais não lati e sóis nos quais ainda não me incendiei.
O amor, a paixão e a impermanência.
No que vai dar tudo isso?

domingo, agosto 23, 2009

quinta-feira, agosto 20, 2009

Gostaria de descobrir em suas costas uma pinta de infância ( e Deus sabe como sou louca por pintas) e conversaria com a pinta com a calma de uma bióloga.
Gostaria de cumprir as surpresas, sem a ânsia de contar metade pelo caminho.
Gostaria de dar presentes pouco interessada na retribuição.
Gostaria de parecer inteligente diante de pinturas abstratas.
Gostaria de ser sua confidente.
Gostaria.

quarta-feira, agosto 19, 2009

domingo, agosto 16, 2009

Domingo

Agosto em Porto Alegre. Calor Senegalês de 34 graus.

quinta-feira, agosto 13, 2009

Conheço a residência da dor

Conheço a residência da dor.
É num lugar afastado,
Sem vizinhos, sem conversa, quase sem lágrimas,
Com umas imensas vigílias, diante do céu.

A dor não tem nome,
Não se chama, não atende.
Ela mesma é solidão:
Nada mostra, nada pede, não precisa.
Vem quando quer.

O rosto da dor está voltado sobre um espelho,
Mas não é rosto de corpo,
Nem o seu espelho é do mundo.

Conheço pessoalmente a dor.
A sua residência , longe,
em caminhos inesperados.

Às vezes sento-me em sua porta, na sombra das suas árvores.

E ouço dizer:
"Quem visse, como vês, a dor, já não sofria".
E olho para ela, imensamente.
Conheço há muito tempo a dor.
Conheço-a de perto.
Pessoalmente.

26 de agosto de 1954 - Cecília Meireles

terça-feira, agosto 11, 2009

Divertido e inspirador

Preparem-se madrinhas e padrinhos...

segunda-feira, agosto 10, 2009

Em tempos de gripe...

Eu tô no maior gripão da vida.
O povo por aqui com o vírus H1N1
E no Palácio Piratini é o H171...

quarta-feira, agosto 05, 2009

A única alegria do dia foi saber que ele FUROU todo mundo!
Ha, ha, ha!!!

segunda-feira, agosto 03, 2009

E agora?

Outubro vai chegar e ele vai partir.
Não é um sentimento de perda. Nem de derrota.
Nem de tristeza. Muito menos apreensão.
Mas definitivamente não sei que rumo a vida tomou.
E ando pensando se fiz ou não as escolhas certas.